Diário National Newspaper - 28 Setembro 2007, Dili, Timor Leste, page 12.
[Direct Translation from Tetum by FRETILIN Department of Information and Mobilisation (DEPIM-F)]
Tradução para português de Margarida/Timor Online
(Observação de Mercosul & CPLP: De acordo com informações e provas divulgadas em Timor-Leste, o então presidente Xanana Gusmão participou ativamente na organização e execução do sangrento golpe de estado que, com o apoio do governo australiano, levou à demissão do primeiro-ministro Mari Alkatiri, em 2006. Já é de conhecimento público que Xanana ordenou os ataques contra as FALINTIL/Forças de Defesa de Timor-Leste e a residência do seu comandante, general Taur Matan Ruak. Paulo Martins e Vicente da Conceição ‘Railos’ estiveram envolvidos nas operações de desestabilização. Declarações feitas por este ultimo indicam que ele se encontrava em contato permanente com Xanana Gusmão, de quem recebia ordens através de um número privativo de celular da presidência. A “guia de marcha” (salvo conduto) apresentada no parlamento timorense, assinada por Gusmão e Paulo Martins, na altura comandante da Polícia Nacional, confirma, juntamente com outras provas, que o então presidente é responsavel direto pelo surto de violência que provocou mortes, destruições e 150 mil refugiados internos. O golpe permitiu à Austrália não só assumir o controle das reservas de gás e petróleo de Timor-Leste como tambem expandir a presença das suas tropas no território. A conspiração feita com uma potência estrangeira contra o seu próprio país equivale a crime de alta traição. Este ato contém todos os elementos necessários para levar Xanana Gusmão e os seus aliados internos e externos ao banco dos réus de um tribunal internacional.)
Paulo Martins: “Assinei-a”
Ontem, numa sessão extraordinária no Parlamento, na Sexta-feira 27 Setembro 2007, o deputado da FRETILIN Elizário Ferreira apresentou uma Guia de Marcha ao Parlamento Nacional que fora assinada pelo então Presidente da República Kay Rala Xanana Gusmão (agora Primeiro-Ministro) e pelo antigo Comandante da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), Paulo Martins. A Guia de Marcha pede protecção e liberdade de movimentos para Vicente da Conceição ‘Railos’ para desempenhar serviços oficiais durante a crise.
Depois da sessão Plenária, Elizário falou com os jornalistas e afirmou que levantou a questão da Guia de Marcha no Parlamento para clarificar se a carta era factual porque a bancada parlamentar da FRETILIN descobriu a carta na internet. “Descobrimos a Guia de Marcha na internet e pensámos que podia ser um documento forjado foi por isso que o apresentámos ao Plenário para confirmar se é ou não verdadeiro. Uma das assinaturas pertence a Paulo Martins, um deputado, que confirmou que a Guia de Marcha é verdadeira, que a assinaram e que foi dada a Railos” disse Elizário.
Elizário afirmou que o deputado Paulo Martins disse que tinham dado esta Guia de Marcha a Railos para que ele fizesse um acantonamento em Laulara. Elizário afirmou que como resultado desta Guia de Marcha, podemos dizer que permitia impunidade e oportunidade para Railos andar livremente para queimar casas, roubar os bens das pessoas, intimidar as pessoas em Liquica, destruir as propriedades das pessoas e liberdade para se mover pelo país.
“Estas coisas não deviam ocorrer neste país. Se a resposta do Paulo Martin é verdadeira em relação à Guia de Marcha emitida para Railos, então isso significa que não houve respeito pela Lei e pela Justiça. O Dr Mari Alkatiri era ainda Primeiro-Ministro em 29 de Maio de 2006 e tinha a autoridade para resolver as questões levantadas pelos peticionários e pelo caso de Railos. Nessa altura isso era uma questão do Governo, então porque é que o Presidente da República não coordenou com o Primeiro-Ministro Mari Alkatiri antes de emitir a Guia de Marcha?
Em vez disso, ele emitiu esta Guia de Marcha com o Sr. Paulo Martins que era então o Comandante da Força da Polícia Nacional deTimor-Leste” afirmou Elizário.
De acordo com o deputado da FRETILIN, esta Guia de Marcha deu claramente grande impunidade ao Railos. A Guia de Marcha declara “Pedimos a todas as entidades para não impedirem os movimentos do nosso irmão Railos e dos seus associados porque estão a desempenhar funções oficiais.” Esta Guia de Marcha foi emitida em 29 de Maio de 2006 e assinada pelo então Presidente da República Kay Rala Xanana Gusmão, Comandante da Polícia Nacional de Timor-LestePaulo Martins e Vicente de Conceição ‘Railos.’
“Que tipo de funções oficiais estava Railos e o seu grupo a desempenhar? Foram os disparos contra Taci Tolu em 24 de Maio uma função oficial? Ou a intimidação de pessoas em Liquica uma função oficial?” perguntou Elizário.
“Esta Guia de Marcha mostra claramente onde começou a crise. O Sr. Paulo Martins admitiu que escreveram a Guia de Marcha.” disse Elizário.
Também a assinei
O antigo Comandante da Polícia Nacional de Timor-Leste, que agora é um deputado do CNRT, disse que Railos foi a Balibar para se reunir com o Presidente da República Kay Rala Xanana Gusmão para o informar acerca do que aconteceu em 24 de Maio 2006.
“Penso que nesse momento o Presidente da República, Kay Rala Xanana Gusmão, emitiu a Guia de Marcha que também assinei para Railos com a intenção de reorganizar os seus elementos para virem para Balibar.
Em segundo lugar, a intenção era dar protecção à vida de Railos porque ele era uma das testemunhas” disse Paulo Martins.
Paulo disse que não emitiram a Guia de Marcha para Railos com a intenção de matar pessoas, queimar casas ou destruir e intimidar pessoas. “Se fosse esse o caso, não teria coragem para assinar a Guia de Marcha. Toda a gente sabe de onde veio Railos e quem formava o grupo de Railos ” disse.
Apesar de toda a gente saber que o Dr Mari Alkatiri era o responsável do Governo, Paulo Martins disse que ele assinou a “Guia de Marcha” sem consulktar Mari Alkatiri porque nessa altura a situação não o permitiu. “Não consultei Mari Alkatiri porque a situação não me permitiu, mas acredito também que as medidas tomadas pelo Presidente da República Kay Rala Xanana Gusmão nessa altura estavam certas e não prejudicaram ninguém. Estava apenas a proteger Railos e o seu grupo para o restringir de modo a evitar que fosse para outro lado” disse Paulo Martins.
O deputado do CNRT disse ainda que a Guia de Marcha que foi dada a Railos era válida apenas para o período que Railos precisasse para organizar os seus membros e ir para Balibar.
Nota de Rodapé: O Timor Online publicou esta carta assinada por Xanana Gusmão e Paulo Fátima Martins no dia 20 de Setembro de 2007 e pode vê-la aqui.
* Título: Mercosul & CPLP
Nenhum comentário:
Postar um comentário