Bissau, 20 setembro 2007 - Os trabalhos de exploração de petróleo na Guiné-Bissau já custaram 25,7 milhões de dólares (18,3 milhões de euros), sem produzir qualquer resultado, segundo dados hoje divulgados pela petrolífera britânica Premier Oil.
O relatório semestral de actividades, hoje divulgado, adianta que o segundo poço pesquisado, "Eirozes 1", já foi selado e abandonado, depois de resultados nulos durante os trabalhos, no segundo semestre, como avançou recentemente o responsável da Premier Oil na Guiné-Bissau.
"Durante as perfurações, não foram encontrados quaisquer vestígios de petróleo", afirma a empresa no referido documento.
O primeiro poço pesquisado, Espinafre-1, foi selado e abandonado em Março, depois de os trabalhos terem falhado "por razões geológicas e operacionais".
Ainda segundo informação hoje avançada, os custos dos trabalhos - 25,7 milhões de dólares - foram amortizados com a venda à parceira Sterling Energy de parte da participação no bloco Esperança.
A Sterling exerceu uma opção de compra de cinco por cento, passando agora a Premier a deter 30,5 por cento, participação igual à que detém no bloco Sinapa, de que também é concessionária.
Depois de ter completado a aquisição de informação sísmica sobre o "offshore" guineense, a petrolífera retomou no final de 2006 os trabalhos de exploração no país, onde é concessionária dos campos Esperança e Sinapa, na sub-bacia Casamança-Bissau.
Estes têm uma área total superior a 5.800 quilómetros quadrados, com profundidades entre 10 metros e 2.000 metros.
A Premier, que tem as suas principais operações na Indonésia e Vietname, é ainda concessionária dos blocos 7B e 7C.
Em declarações à Lusa no final de Agosto, o responsável da Premier em Bissau, Stephen Want, afirmava que os dois desaires não punham em causa a continuação dos trabalhos de exploração.
"Não como inicialmente, mas ainda acreditamos nas possibilidades [de existência de petróleo] na Guiné-Bissau", referiu o mesmo responsável.
A falta de resultados positivos contraria o optimismo dos responsáveis da Petroguin e do governo guineense, nomeadamente o ministro do Petróleo, Soares Sambú, que afirmou recentemente à Lusa que "estão a ser negociadas" várias propostas de adjudicação directa submetidas por petrolíferas estrangeiras à Petroguin.
"Temos vindo a ser abordados por diversas empresas estrangeiras [interessadas na exploração], num assédio quase diário", disse Soares Sambú.
O ministro sublinhou que os dados disponíveis dos diferentes trabalhos de exploração "indicam a existência de petróleo", mas que "o problema é passar à fase de produção", dado que "até agora" ainda não foram encontradas reservas em quantidade e com a qualidade necessária.
"Há indicações fortes de que o país pode dar petróleo. Onde, quando e como é que não se sabe", disse.
Também hoje, a Premier anunciou que está a criar uma "joint-venture" com a Emirates International Investment para as suas operações no Médio Oriente e em África.
Além destas duas regiões, está presente no Mar do Norte e Ásia. (Notícias Lusófonas)
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