quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Portugal/Lisboa defende parceria com o Brasil para apostar no Mercosul

Estrasburgo, 25 setembro 2007 - O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, João Lobo Antunes, disse hoje em Estrasburgo, França, que a parceria estratégica UE/Brasil "é uma forma de potenciar as relações com o Mercosul".

"A parceria UE/Brasil é uma forma de potenciar as relações entre a União Europeia (UE) e a América Latina e com o Mercosul", disse Lobo Antunes, numa intervenção na sessão plenária do Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo.


O secretário de Estado respondia, em nome do Conselho da União Europeia, sob presidência portuguesa, a uma questão colocada por um grupo de eurodeputados que pretendiam saber de que modo a parceria estratégica com o Brasil "poderia ser prosseguida sem comprometer a abordagem bi-regional" com a América Latina e com o Mercosul - união aduaneira entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.


As negociações para a assinatura de um Tratado de Comércio Livre entre os dois blocos (UE e Mercosul) estão num impasse desde 2004 devido às fortes diferenças de opinião devido ao acesso dos produtos agrícolas sul-americanos aos mercados europeus.

Por seu lado, o comissário europeu Jan Figel destacou que a UE "tem muito a ganhar" com a recente parceria celebrada com o Brasil, sublinhando o empenho de Bruxelas em "continuar e aprofundar" as negociações entre os dois blocos.

A eurodeputada socialista Edite Estrela disse que "a pergunta não faz sentido absolutamente nenhum", considerando que a cimeira UE-Brasil, que se realizou em Julho último, em Lisboa, longe de comprometer o diálogo com o Mercosul, "valoriza a sua importância".


"O Brasil era o único país BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China) com o qual a Europa não tinha uma parceria estratégica", salientou, recordando que foi por iniciativa de Portugal que se realizou a primeira Cimeira UE/Índia, em 2000.


Por seu lado, Vasco Graça Moura, eleito pelo PSD, referiu que "a cimeira UE/Brasil estava prevista no calendário da presidência portuguesa", considerando que "não deveria haver lugar a esta interpretação" hoje apresentada.

O eurodeputado salientou que a cimeira "é um estímulo para que o Mercosul aprofunde as suas relações com a UE".


Por seu lado, Luís Queiró, eurodeputado pelo CDS-PP, salientou que "excluir o Brasil das relações bilaterais privilegiadas seria uma injustiça e, sobretudo, um erro político grave".


Na sua opinião, "é da maior importância" o contributo de uma parceria estratégica entre a UE e o Brasil para o desenvolvimento da relação entre os 27 e o Mercosul.


A eurodeputada comunista Ilda Figueiredo sublinhou a importância do reforço das relações "entre a UE e a América do Sul" através da parceria promovida pela presidência portuguesa da UE.


A cimeira UE/Brasil realizou-se a 4 de Julho, no arranque da terceira presidência portuguesa da UE desde que aderiu, em 1986, ao bloco europeu. (Notícias Lusófonas)

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