quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Brasil/A juventude indígena tem seu espaço no Encontro dos Povos das Florestas

Ivanise Andrade, da Girassolidário* / Agência ViraJovem de Notícias

Brasília, 19 setembro 2007 - Dessano, Ticuna, Tukano, Bororó, Xavante, Wanana, Sateré-Mawé e muitas outras etnias estão representadas por 36 adolescentes e jovens indígenas no segundo Encontro dos Povos das Florestas. Em atividades específicas, as/os garotas/os têm a oportunidade de falar sobre as suas realidades nas aldeias ou na cidade, suas angústias, esperanças e possíveis soluções para os problemas enfrentados. E as expectativas para o Encontro são muitas. Durante atividade preparatória para o evento, as e os jovens fizeram um Jornal Mural, onde puderam tornar público aquilo que esperam levar para suas comunidades ao final dos três dias de debates.

Organizado pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef) em parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), Grupo de Trabalho da Amazônia (GTA) e Movimento de Estudantes Indígenas (Meiam), a idéia é promover o diálogo e a interação entre adolescentes e jovens indígenas de diferentes regiões do Brasil, a fim de estimular a expressão, a valorização da cultura, a participação e a mobilização de jovens lideranças indígenas.

Novos conhecimentos, aprendizado, reflexões coletivas, idéias, novas experiências, participação, informação, mais amizades, respeito, responsabilidade são alguns dos desejos das e dos adolescentes e jovens relatados para o jornal. Segue abaixo, na íntegra, alguns dos depoimentos**:

“Eu quero levar a consciência para os jovens e adolescentes da minha aldeia, porque eles só pensam em terminar os estudos para sair da aldeia, dizendo que não dá mais viver na nela”.

“Eu quero levar a todos os meus parentes Santeré-Mawé a real situação dos povos indígenas do Brasil”.

“Meu desejo para esse encontro é levar o conhecimento de outras etnias para o meu povo e falar para eles o valor do nosso povo, ou seja, nós índios. Temos valores que precisamos resgatar”.

“Quero levar muita informação aos jovens de minha comunidade, de como interagir com outros povos do Brasil e como é bom conhecer culturas e costumes diferentes, para que os jovens de minha aldeia não desistam da luta que enfrentamos contra as pessoas que querem humilhar o povo Wapichana”. Ungary-yy: Simeão M. Filho.

“Quero aprender com estas pessoas, perceber a sua rica cultura, dividir o pouco que sei e somar esta cultura ao que sou. Que este encontro signifique mais um caminho pela luta dos Direitos dos Seres Humanos”.

“Quero levar propostas para a melhoria da educação indígena, fortalecimento do movimento indígena nacional e propostas para tirar ou evitar que os jovens indígenas entrem no mundo das drogas e da prostituição”.

* A Girassolidário é parceira da Vira em Mato Grosso do Sul

** Assinar ou não o depoimento foi uma opção das e dos jovens.

http://www.revistaviracao.org.br/povos_floresta/news.php?id=24

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