sexta-feira, 8 de novembro de 2013

China/CPLP quer unir esforços com Fórum Macau, diz Murade Murargy



7 novembro 2013, Ponto Final http://pontofinalmacau.wordpress.com (China, Macau)

O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy, afirmou ontem que a organização pretende conjugar esforços com o Fórum Macau, considerando esta plataforma como um complemento das suas acções políticas.

“Vejo o Fórum Macau como um complemento das acções políticas que a CPLP está a desenvolver. Nós temos já consolidada a nossa cooperação político-diplomática e o Fórum Macau vai é trazer um complemento novo, que é a parte empresarial, porque é um fórum essencialmente económico”, disse Murargy à agência Lusa, à margem de um seminário no Instituto Internacional de Macau.

Ao sublinhar que o objectivo é que a “CPLP e o Fórum Macau sejam complementares”,
Murade Murargy salientou que a união de esforços poderá “trazer mais-valias à cooperação”.

“A CPLP estava em princípio mais focada na área político-diplomática, na área da língua, em alguma cooperação técnica para o desenvolvimento e agora está a construir o seu quarto pilar, que é a cooperação económico-empresarial. Então podemos conjugar esforços [com o Fórum Macau] de modo a reforçar a própria organização que é a CPLP”, sustentou.

E neste âmbito, disse ainda, a “língua portuguesa tem de ser vista como uma grande valia na questão dos negócios, isso vai obrigar os chineses a aprenderem o português e quem fala português a aprender o chinês”.

O secretário-executivo da CPLP considerou que o plano de acção resultante da conferência ministerial do Fórum Macau, na qual participou esta semana, “é um grande avanço para a cooperação entre a China e os países de língua portuguesa”, salientando o “elemento novo que é a triangulação entre Portugal, China e o Brasil”.

Para Murargy, a cooperação entre Portugal, Brasil e a China, “sobretudo na sua intervenção em África, vai permitir que acções conjuntas possam dar mais resultados do que se surgirem como concorrentes, bem como uma melhor qualidade dos projectos”.

“Quanto a grandes obras, por exemplo, se as empresas portuguesas, chinesas e brasileiras conseguirem conjugar esforços com vista a actuarem nos nossos países vão trazer maior qualidade, mesmo a questão dos preços, há uma série de vantagens”, apontou, defendendo a cooperação dos três países numa lógica de obtenção de benefícios mútuos.

Ainda no que toca ao plano de acção aprovado na terça-feira para os próximos três anos, o secretário-executivo da CPLP destaca também a questão da formação.

“Os nossos países, sobretudo os países africanos, ainda têm um grande défice, uma grande carência de mão de obra qualificada e estou convencido de que, com as bolsas de estudo que foram anunciadas, possamos formar mais gente necessária para diversas áreas, sobretudo na área do Direito, que é onde se faz mais notar a carência de quadros”, concluiu.

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