20
novembro 2013,
Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz
(Moçambique)
Muita afluência e tranquilidade caracterizaram ontem o
processo de votação realizado, nas 53 autarquias nacionais, no âmbito das
quartas eleições municipais consecutivas no país, cujos resultados parciais
começaram a ser escrutinados logo após o encerramento das urnas.
Com efeito, a maioria das 4292 mesas de voto abriram
pontualmente as sete horas, como estava previsto, tendo, nas primeiras horas da
manhã, sido notória a avalanche de eleitores, diminuindo ao meio do dia, para
depois voltar a registar-se no período da tarde, horas antes do fecho das urnas
que, na maioria das mesas, aconteceu pontualmente às 18 horas.
Falando a jornalistas,
em Maputo, logo após exercer o seu
direito de voto, o Presidente da República, Armando Guebuza, exortou os
cidadãos eleitores residentes nas autarquias a se dirigirem às assembleias de
voto e escolherem os titulares dos órgãos autárquicos para os próximos cinco
anos.
Referiu que o Governo tinha já criado todas as condições
de segurança para que as eleições decorressem num clima de segurança e
tranquilidade, incluindo em pontos localizados da região centro, onde, nos
últimos meses, têm se registado ataques da Renamo que já se saldaram em mortos,
feridos e avultados danos materiais.
Jovens, adultos e cidadãos da terceira idade permaneceram
horas a fio para exercer o seu direito de voto, um exercício que em algumas
mesas das autarquias da cidade de Maputo, Beira, Angoche, Ulónguè, Chibuto,
Chókwè, Mocuba, Quissico, Boane, entre outras, conheceu alguns atrasos ou
problemas relacionados com a ausência de nomes de alguns votantes nos cadernos
eleitorais.
Tal situação, segundo apuramos, deveu-se ao facto de as
autoridades eleitorais, à última hora, terem decidido dividir os cadernos com
mais de 800 eleitores para dar lugar a duas ou mais mesas de voto. Esta
situação criou alguns transtornos a eleitores que se guiando através dos
números constantes do seu cartão procuravam localizar as mesas onde se
encontravam inscritos, o que não conseguiam fazer devido a esta divisão feita
na última da hora”. Felizmente, ainda na manhã de ontem o problema foi
resolvido”, segundo o Porta-voz da Comissão Nacional de Eleições.
Um outro aspecto que marcou o processo de votação tem a
ver com o facto de na autarquia de Nampula, um dos concorrentes à Presidência
deste município, a candidata do Partido Humanista de Moçambique (PAHUMO),
Filomena Muturopa, não ter constado no boletim de voto.
Segundo apuraram os nossos colegas da delegação do
Notícias em Nampula, a candidatura de Muturopa foi aceite pela Comissão
Nacional de Eleições. Com efeito, ela durante os 13 dias de campanha eleitoral
realizou iniciativas de caça ao voto com o objectivo de convencer os eleitores
a votarem no programa do seu partido e nela mesma.
Sobre esta lacuna, a Comissão Nacional de Eleições (CNE),
em sessão plenária na tarde de ontem, deliberou anular a votação para a eleição
do Presidente do Município de Nampula para uma data a anunciar oportunamente.
De acordo com a Lei Eleitoral esta votação deverá ocorrer passados dois
domingos após a votação inicial.
Face a esta decisão fica igualmente suspenso o apuramento
dos resultados da eleição dos membros da Assembleia Municipal de Nampula, visto
que a votação e o apuramento destas duas eleições deve, de acordo com a lei,
ser feito em simultâneo.
Entretanto, informações que nos chegam do Município de
Gorongosa, Sofala, indicam que nas primeiras horas do dia de ontem
registaram-se, a cerca de sete quilómetro da vila, confrontos armados entre
elementos da Renamo e Forças de Defesa e Segurança, situação, que, contudo, não
impediu o curso normal da votação que, tal como noutras autarquias, registou
muita afluência e decorreu dentro de uma grande tranquilidade.
Para estas eleições foram inscritos 3.058.386 eleitores
que deverão eleger um total de 1216 membros das assembleias provinciais e 53
presidentes de municípios.
Para responder a este processo, as autoridades eleitorais
instalaram 4292 mesas de voto, assistidas por 21460 brigadistas.
Dos 1216 lugares para as assembleias provinciais 64 são
da cidade de Maputo; seguida da cidade da Matola com 53; Nampula 45; Beira 44;
Chimoio com 40; Quelimane, Xai-Xai, Tete, Lichinga e Pemba com 39; Inhambane
com 21; isto no que respeita às capitais provinciais.
No que tange aos partidos concorrentes, a Comissão
Nacional de Eleições inscreveu e aceitou a candidatura de 18 formações, dos
quais doze são partidos políticos e cinco associações de cidadãos. Dos partidos
concorrentes, apenas a Frelimo e o Movimento Democrático de Moçambique disputam
a eleição nos 53 municípios, quer para o cargo de presidente, como de membros
das assembleias municipais.
As estas duas formações políticas juntam-se, assim, o Partido
para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD); Partido da Reconciliação
Nacional (PARENA); Movimento Patriótico para a Democracia (MPD); Partido
Humanitário de Moçambique (PAHUMO); Os Verdes; Partido Ecologista (PEC);
Partido Trabalhista (PT); Partido do Progresso Liberal de Moçambique (PPLM) e
Aliança Independente de Moçambique (ALIMO).
Os cinco grupos de cidadãos eleitores inscritos são,
nomeadamente JPC (Juntos Pela Cidade); ANATURMA (Associação dos Naturais da
Manhiça); ASTROGAZA (Associação dos Transportadores Rodoviários de Gaza),
UIUIPI – Associação Artesanal da Província de Cabo Delgado; e SINFORTECNICA –
Associação Jovens Técnicos Portadores de Deficiência de Moçambique.
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