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novembro 2013, Artigos Políticos http://artigospoliticos.wordpress.com
Por Nil Nikandrov
Traduzido por Anna Malm*
Não há dúvidas de que uma
conspiração contra o regime bolivariano está sendo gradual e deliberadamente
implementada. Os acontecimentos na Venezuela lembram muito os cenários que
comprometeram e enfraqueceram e subsequentemente derrubaram o governo de Salvador
Allende, no Chile em 1973 . A constante falta de alimentos de base, as
constantes interrupções do fornecimento de energia elétrica e do abastecimento
de água assim como o aumento da criminalidade a a inflação estão afetando a
maneira de ver dos venezuelanos.
Diosdado Cabello, o presidente da
Assembléia Nacional acusou abertamente a radical oposição de estar por detrás
planejando furtivamente uma conspiração. Ele disse que:- “Os acontecimentos de
abril de 2002 estão se repetindo, e os mesmos atores estão agora também fazendo
os papéis principais”. Cabello disse que as forças de direita no país estão
planejando apoderar-se do poder e de levar as conquistas da revolução
bolivarianas ao ponto de partida, ou seja a zero e mais nada:- “Eles querem
retornar a ilegalidade da Quarta República, com perseguições políticas,
assassinatos e o completo desaparecimento de oponentes, assim como com os
ditados do neoliberalismo e da violência constante”.
De acordo com Cabello
círculos empresariais estariam diretamente envolvidos na conspiração, mas
tentariam “se manter nas sombras” ou seja, mantendo-se vagos e indistintos.
Ameaças de injúria física estão
constantemente sendo feitas contra os funcionários do governo bolivariano e
membros do partido governamental PSUV – Partido Socialista Unido da Venezuela.
As eleições municipais a se aproximarem, em 8 de dezembro, serão um teste para
o governo, uma demonstração do grau de apôio da população ao mesmo. Se a
eleição demonstrar que a oposição esteve ganhando posições de liderança, as
suas pressões no governo irão aumentar de maneira considerável. Diosdado
Cabello não descartou essa possibilidade e advertiu os conspiradores a respeito
das possíveis consequências dizendo que:- “Se eles tomarem o primeiro passo,
nós não iremos perder tempo em contemplações. Nossa resposta será esmagadora:-
o povo, as forças armadas e o governo irão conjuntamente repelir esse abusivo
fascismo”.
A conspiração está sendo planejada
principalmente através dos canais da CIA- Agência Central de Inteligência
(Central Intelligence Agency) e da Agência de Inteligência da Defesa dos
Estados Unidos (U.S. Defense Intelligence Agency). O jornal eletrônico
Caracola.com fez reportagens em setembro desse ano a respeito de um dos
centros de destabilização [ligado a essa conspiração] e seu programa de
planejamento. Esse centro está operando em Cucuta, uma cidade colombiana na
fronteira com a Venezuela. Os líderes de três organizações subversivas – Centro
de Pensamiento Primero Colombia, FTI Consulting, e Fundación Internacionalismo
Democrático – encontram-se regularmente lá. A última mencionada organização é
dirigida por Alvaro Uribe, o ex-presidente da Colômbia, que foi recrutado pela
CIA nos meados dos anos oitenta, de quando essa agência usou para tanto
informações potencialmente prejudiciais a respeito de certo tráfico de drogas.
Em junho desse ano as três acima
mencionadas organizações apresentaram o “Plano Estratégico da Venezuela” com o
foco no apôio político ao Henrique Capriles. Esse seria apresentado como o de
facto presidente, do qual as eleições teriam sido “roubadas”. De acordo com
esse plano e abaixo do lema “Nós somos a Melhor Alternativa”, a oposição
venezuelana deveria alcançar o objetivo de “retornar a Venezuela a verdadeira
democracia”, a qual o país teria então perdido a 14 anos atrás (por culpa de
Chavez e seus seguidores).
Os conspiradores precisam de
problemas diários para estimular distúrbios de rua, nos quais estudantes,
intelectuais e outros segmentos da população deverão se juntar. Um trabalho
ativo está sendo feito junto aos militares com o objetivo de minar a autoridade
do governo entre os mesmos. Parte do “Plano Estratégico” dos conspiradores
seria o de encorajar os militares a “defenderem as liberdades democráticas”, e
prepará-los para uma ação independente no meio de acontecimentos [hipotéticos e
desejados] de crise e de conflitos sociais incontroláveis. Esse plano também
inclue apelos constantes a mídia e a cooperação com jornalistas estrangeiros. A
oposição deveria advogar a normalização de relações entre a Venezuela e os
Estados Unidos. Isso seria então para neutralizar as alegações do governo de
que Washington estaria interferindo nos assuntos internos da Venezuela.
As ações dos serviços de
inteligência dos Estados Unidos, e dos líderes da oposição venezuelana não são
só coordenadas através do centro operacional em Cucuta. Os conspiradores usam
as estações da CIA e da DIA [as agências americanas acima mencionadas] em
Curaçao, Arriba e Banaire, assim como as da República Dominicana, Panamá e
outros países da América Central para receberem intruções. A Inteligência Bolivariana
já registrou vários encontros entre membros da oposição venezuelana e
representantes de grupos extremistas da comunidade de imigrantes de Cuba em
Miami e chefes de organizações paramilitares colombianas (AUC);
esses grupos deverão ser usados, de acordo com o Plano Estratégico
da oposição também acima mencionado, para iniciar uma guerra fraticida.
De acordo com avaliações de alguns
analistas na Venezuela, Washington não estaria satisfeito com a perspectiva de
paz a qual as discussões entre o governo da Colômbia e a direção da FARC estão
levando após cinquenta anos de ameaças e conflitos. Isso faria com que as
probabilidades dos Estados Unidos de poder manter suas bases militares (ou pelo
menos a maioria delas) no território da Colombia iria diminuir
consideravelmente. O Pentágono estaria então tentando encontrar opções de
retaguarda, a serem usadas como uma espécie de cópias de segurança.
Uma dessas opções de segurança para
a recolocação das bases militares poderia ser a Venezuela, se a oposição se
mostrasse capaz de levar o país a uma situação a ponto de conflito armado
com as forças da lei. Exatamente um tal resultado é o que o “Plano Estratégico
para a Venezuela” dos conspiradores tem em mente. Uma confirmação indireta de
que os Estados Unidos estariam se preparando para um abrupt deteriorar da
situação no país seria o reenforçamento das missões americanas com pessoal de
serviço que trabalhava no Afeganistão, no Iraque e na Líbia. Aumenta-se também
a frequência de americanos engajados em atividades jornalísticas que estão
sendo detidos nas proximidades de instalações militares como air fields,
portos, estações de radares e centros de comando, na Venezuela. O incidente
mais recente foi a detenção de Jim Wyss, um correspondente para o Miami Herald
na Colômbia. Ele estava conduzindo uma série de encontros com pessoas abaixo do
interesse da contra-inteligência venezuelana na cidade de San Cristobal.
É a criação de condições para
intervenções militares diretas na Venezuela assim como a coordenação das
medidas de tempo e oportunidades que a oposição vem organizando recentemente em
encontros secretos com “emissários de Barack Obama”.
É a imagem doméstica e
internacional do presidente dos Estados Unidos que tem sido
catastróficamente danificada e que faz com que ele, ao que tudo indica, esteja
considerando opções de emergência que possam, ao menos parcialmente,
rehabilitá-lo aos olhos dos seus concidadões. Seria uma “pequena guerra
vitoriosa” na Venezuela, um país com um “regime-ditatorial-quase-que-marxista”
, que poderia apresentar-se como uma opção muito tentadora aos olhos dele.
O aspecto energético associado com
uma hipotética vitória, ou seja o reestabelecimento de uma posição dominante
para os Estados Unidos no sector do petróleo venezuelano – sempre é mencionado
pelo pessoal de inteligência americano nos seus contactos com os conspiradores.
Pode ser dito com confiança que nenhum dos conspiradores iria recusar aos
americanos um tal serviço, se eles conseguissem alcançar o poder.
Referências e Notas:
Nil
Nikandrov, “Demonstrative Bloodshed in Store for Venezuela”. O original
encontra-se em Strategic Culture Foundation – www.strategic-culture.org - Com agradecimentos a Strategic
Culture Foundation online journal. Para mais informações a respeito dos
direitos autorais favor visitar o site www.strategic-culture.org
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