28
novembro 2013, Jornal de Angola
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Roger Godwin
A
economia africana, confirmando aquilo que vinha sendo o seu desempenho global
nos últimos dez anos, é a que mais ira crescer em 2014, revela um estudo
publicado esta semana pela revista britânica “The Economist”.
Durante os anos 90, de acordo com a
mesma revista, o crescimento da economia no continente africano cresceu a uma
média de apenas dois por cento, enquanto a taxa global de inflação atingiu os
27 por cento. Porém, desde 2001 que o panorama se alterou de forma substancial,
com um crescimento anual constante e só comparado aos níveis que se registaram
nas economias asiáticas, lideradas pela China.
A revista revela que para o êxito do crescimento económico de África foi determinante o aumento do número de empresários ricos, o que permitiu o incremento do comércio com a China, que é de longe o seu principal alvo no sector das exportações.
Actualmente não existem muitos
dados estatísticos sobre os recentes desempenhos da economia nigeriana, uma vez
que o seu banco central apenas divulga dados relativos a 1990, mas estudos
internacionais revelam que, apesar do conflito interno que tem dividido o país,
as suas exportações têm vindo a aumentar e com elas um enorme desafogo nas
finanças públicas. Desse modo, está previsto que o Produto Interno Bruto (PIB)
da Nigéria cresça 6,8 por cento em 2014, um desempenho que em África só é
ultrapassado pela Líbia (previsão de 8.8 por cento) caso o conflito interno
seja sanado. Angola é outro país cujo crescimento económico para 2014, com uma
previsão de 6,1 por cento, ajuda ao êxito do desempenho global que está
previsto para o continente africano. Sem qualquer tipo de conflito interno e
com a constante melhoria do seu processo produtivo, Angola pode mesmo aspirar,
em 2015, a ombrear com a Nigéria pela liderança da lista das mais pujantes
economias africanas. Em posição oposta está a África do Sul, país para o qual
está previsto um crescimento da ordem dos 3,3 por cento, uma situação que se
fica também a dever ao facto de em 2014 se realizarem no país eleições
presidenciais, o que provoca sempre alguma retracção na economia.
É evidente que este panorama de constante crescimento económico tem a ver com uma acentuada melhoria no sistema governativo dos diferentes países que integram o continente africano. Embora ainda subsistiam alguns conflitos armados em países potencialmente ricos, e que por esse facto estão impedidos de contar com todos os seus recursos, a verdade é que se assiste a uma prática de “tolerância zero” para aqueles que teimam em usar as armas por falta de argumentos políticos. Países com a República Democrática do Congo, por exemplo, são suficientemente ricos para encarar, de forma determinada, a resolução dos seus próprios problemas de uma forma duradoura.
Infelizmente, quando em comparação
com o continente asiático, África ainda vive alguns problemas políticos que têm
uma interferência directa no seu desempenho económico, o que a impede de
crescer mais.
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