Empresários moçambicanos e brasileiros manifestam a sua vontade de caminharem juntos na identificação e exploração de oportunidades de negócio que os dois países podem oferecer reciprocamente. Para delinear estratégias de acção, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) e a sua contraparte brasileira estiveram reunidas ontem, num seminário de um dia, na cidade do Rio de Janeiro.
Maputo, 11 setembro 2007 - Uma das áreas de extrema importância social e económica para a qual Moçambique já manifestou interesse de caminhar com a máxima brevidade possível, contando com o apoio da tecnologia brasileira, é a da produção do chamado biocombustível, numa medida tendente a contornar os elevados encargos financeiros que o país suporta em consequência da subida do preço do petróleo no mercado internacional.
É que o nosso país tem um potencial natural, subsolo e clima, para produzir combustível com recurso à variada gama de vegetais, reduzindo-se, com esta opção, as despesas com as importações de derivados do petróleo.
No conjunto das conquistas do empresariado moçambicano constam igualmente as parcerias junto das grandes empresas brasileiras com larga experiência nos sectores da construção e de captação e conservação da água das chuvas, bem como a construção de barragens.
Tal como testemunhámos ontem nos encontros preliminares entre as duas partes, o esforço dos empresários nacionais é no sentido de "vender" a imagem de que investir em Moçambique e estabelecer parcerias é potencialmente lucrativo para as empresas estrangeiras, especialmente brasileiras, para além de que irão encontrar no nosso país semelhanças linguísticas e culturais, facilitando a comunicação e proporcionando oportunidades para o fortalecimento e capacidade de o investidor brasileiro se firmar ainda mais no mundo global.
É, pois, nesta perspectiva que o presidente da CTA e chefe da delegação empresarial moçambicana no Rio, Salimo Abdula, sustenta que esta missão visa, sobretudo, contribuir para a criação de um ambiente de negócios favorável ao desenvolvimento do sector privado e para um movimento associativo forte, capaz de influenciar políticas económicas, provocando a competitividade e qualidade empresarial.
Do empresariado brasileiro, particularmente o que está baseado no Rio de Janeiro, é ainda notório um profundo desconhecimento sobre as reais potencialidades que o nosso país oferece neste capítulo de investimento, acreditando-se, porém, que a presença por estas paragens de uma enorme delegação de homens moçambicanos de negócios terá sido uma oportunidade apropriada para inverter esta imagem.
Fora do investimento de vulto da Companhia do Vale do Rio Doce (CVRD), avaliado em mais de um bilião de dólares para a exploração do carvão de Moatize, há muito pouco que se diga. Porém, o sentimento geral é de que este empreendimento irá servir de "projecto-âncora", que levará consigo todas as outras intenções de investimento brasileiro para Moçambique. (Noticias/Alfredo Macaringue, no Brasil)
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