Foram assinados cinco acordos entre os países, além de um termo para estabelecer um grupo de estudo de alto nível entre Brasil e México. No comunicado conjunto divulgado durante a visita, os presidentes reconhecem a importância da relação bilateral não apenas para cada um dos países, mas no "significativo papel" que desempenham em âmbito regional e mundial.
Os acordos assinados foram na área jurídica, energética, ciência e tecnologia, agricultura e proteção ao consumidor. Uma das decisões foi que o visto para turistas ou empresários brasileiros que queiram ir ao México terá, agora, validade de cinco anos. O México havia reintroduzido em outubro de 2005 a necessidade de visto para brasileiros, para minimizar a entrada ilegal nos EUA, pela fronteira mexicana.
Os presidentes se comprometeram, por exemplo, a cooperar para diversificar a matriz energética, incentivando o uso de energias renováveis, incluindo os biocombustíveis. As companhias petroleiras estatais dos dois países, Petrobras e Pemex, assinaram convênios estabelecendo estudos sobre a extração de petróleo em águas profundas e reservatórios de carbonato.
O presidente do México, Felipe Calderón, ressaltou que a participação da Petrobras no país "será em função do que a lei mexicana dispõe". A legislação do México não permite a participação de empresas privadas no setor petroleiro.
Lula ressaltou que a Petrobras tem intenção de fazer parceriais com a Pemex. "Agora é importante afirmar que a Petrobras não dará nenhum passo que transgrida o marco legal existente no México".
Foi criado também um grupo de trabalho para discutir a cooperação na área de desenvolvimento agroalimentar, sistemas de bioenergia, assim como estimular o diálogo bilateral sobre assuntos agrícolas de interesse mútuo, inclusive temas sanitários.
O ministro da agricultura, Reinold Stephanes, comemorou o avanço no debate sobre sanidade animal e vegetal no México. "Havia um ruído na linha de um desentendimento, já ao longo de muitos anos, e isso foi quebrado", disse.
O ministro destacou também um acordo de pesquisa mútua estabelecido entre os países na área de biocombustível. "Localizamos um ponto que é extremamente importante para nós, que é a planta mais promissora que teríamos no Brasil depois do dendê, que é o pinhão manso", disse.
Segundo Stephanes, o México tem 25 variedades de pinhão manso, utilizada na produção de biodiesel, enquanto o Brasil tem apenas 10.
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