terça-feira, 21 de agosto de 2007

Brasil/Trabalhadoras rurais marcham pela reforma agrária e contra a violência

Clara Mousinho / Agência Brasil

Brasília, 21 Agosto 2007 - Quase 50 mil trabalhadoras rurais de todo país estão em Brasília para a 3ª Marcha das Margaridas*, que este ano traz como lema “Duas mil e sete razões para marchar”. Elas querem chamar a atenção do Congresso e do governo federal para as necessidades das mulheres que vivem no campo.

Segundo a coordenadora de mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Carmen Foro, o principal objetivo da Marcha das Margaridas, desde o ano 2000, é discutir o tema da fome, da pobreza e da violência contra a as mulheres.

"Para resolver esses problemas, é preciso desenvolver políticas públicas e reforma agrária. Por isso, a gente marcha”, diz Carmem Foro. “Hoje é um momento de grande reflexão e debate. Vamos discutir o tema da Previdência, da terra, do desenvolvimento, da violência contra a mulher."

A integrante do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Pernambuco Maria das Dores da Silva disse que as mulheres do campo sofrem muito preconceito, especialmente no acesso à terra. “A mulher hoje é discriminada na terra porque acham que só homem que podem conseguir a terra, mas que para a mulher hoje é um desafio”, destaca a pernambucana.

“A mulher sofre muita violência porque só por ela ser discriminada no campo é um violência. Então na Marcha das Margaridas a gente tirou por meta discutir a violência no campo, a violência sexista e também a igualdade.”

Durante a abertura da marcha, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, classificou a manifestação como um exemplo de unidade para o movimento social brasileiro. "As mulheres brasileiras estão mostrando aqui o que muitos movimentos sindicais não têm conseguido fazer. Aqui está o conjunto de movimentos de mulheres de norte a sul do país.”

Amanhã (22), os trabalhadores farão a Marcha da Margaridas na Esplanada e entregarão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um documento com as principais reivindicações das mulheres do campo.

* O nome “Marcha das Margaridas” é uma homenagem à ex-líder sindical paraibana Margarida Maria Alves, assassinada por latifundiários em 1983, na porta de sua casa, em Alagoa Grande, Paraíba. (Mercosul & CPLP)


http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/08/21/materia.2007-08-21.0947283670/view

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