Maputo, 22 Agosto 2007 - O governo moçambicano aprovou a construção em parceria com o Brasil de uma fábrica de medicamentos anti-retrovirais, para tratamento de portadores do HIV/SIDA, num projecto que as autoridades esperam possa impulsionar a produção de fármacos no país.
De acordo com o ministro da Saúde moçambicano, Ivo Garrido, detalhes como a localização da fábrica, data de início de produção ou custos envolvidos só deverão ser conhecidos "após a realização do projecto executivo" que aprofunda o estudo de viabilidade que serviu de base à aprovação do empreendimento em Conselho de Ministros.
O ministro-conselheiro da embaixada do Brasil em Maputo, Francisco Luz, citado no jornal Notícias, adianta, no entanto, que a fábrica pode estar operacional em 2009, estimando o custo do projecto em 7,4 milhões de euros.
"Decidiu-se que a construção da fábrica deve ser feita em módulos (...) Numa primeira fase pode-se optar por fazer um módulo de anti-retrovirais, depois de anti-maláricos e, seguidamente, de antibióticos. Com o lucro monta-se o módulo seguinte", afirmou o diplomata.
Para o ministro da Saúde moçambicano, a construção da fábrica permitirá ao país "ter acesso imediato aos anti-retrovirais", mas também contribuir para a "formação de recursos humanos" nacionais, "que estarão capazes de produzir, não apenas medicamentos anti-retrovirais, como outros".
Ivo Garrido confirmou ainda que o Brasil, um dos primeiros países em desenvolvimento a fornecer anti-retrovirais aos portadores do vírus do HIV/SIDA, permanecerá associado ao projecto até ao final.
O Brasil mantém, de resto, um programa de Cooperação Internacional para Acções de Controlo e Prevenção da Sida que já beneficiou vários países, entre os quais Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Timor-Leste.
Mais de 16 por cento de um universo de mais de 19 milhões de moçambicanos estão infectados com o vírus do HIV/SIDA, contabilizando-se 500 novos casos de infecção diária. (Notícias Lusófonas)
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