Passou a hora da indignaçã0 e chegou a do desprezo
Apesar do pendor crítico e o cepticismo com que os portugueses vêem a caminhada de Xanana e de Horta para a entrega total do país à vizinha Austrália ainda guardam uma restea de esperança de que o rumo daquele país seja corrigido e saiba aproveitar a originalidade de pertencer a uma associação de países que por serem independentes quanto conseguem procuram cimentar as suas diferenças e entidades - precursoras da independência - também na lusofonia.
Para Timor-Leste têm-se escoado muitos milhões de euros, milhares certamente, com o proposito de apoiar a independência e o nascimento de uma Nação que português nenhum gostaria de ver mal ou entregue a um potentado vizinho como a Indonésia ou a Austrália. Se na realidade os timorenses pugnaram pela independência, não aceitando nunca a criminosa ocupação indonésia, não será fácil entender que agora aceitem a airosa mas flagrante ocupação e exploração australiana de ânimo leve.
Há cerca de dois anos que se percebe a tendência de Xanana Gusmão e de Ramos Horta para entregar o país à Austrália, mas, porque a esperança é sempre a última a morrer, lá vamos dando o benefício da dúvida a duas figuras em quem acreditámos sobre a sua rectidão e merecidos epítetos de herói e Nobel.Galardoados e estimados pela comunidade internacional foi uma realidade que o foram, mas perante as revelações que se têm vindo a acumular a desilusão é enorme e de grandes figuras timorenses passaram a causadores da desgraça timorense e promotores da entrega do país aos que há muitas centenas de anos sempre o cobiçaram - anglófonos sem escrúpulos que negociaram por cima de corpos timorenses um acordo de exploração do Mar de Timor com a sanguinária Indonésia de Shuarto. A Austrália sempre foi cúmplice das chacinas praticadas pela Indonésia em Timor-Leste.
Neste momento já são suficientemente conhecidos os factos mais flagrantes sobre os procedimentos políticos do Presidente Ramos Horta e a sua sintonia com Xanana Gusmão e com os seus amigos australianos.
O benefício da dúvida em relação a Ramos Horta, se não acabou antes, pode ter terminado no momento em que fez entrega dos destinos governamentais da Nação Timorense a Xanana Gusmão, a um governo sustentado aparentemente por uma aliança de partidos.
Aliança formada à pressa para que o PR pudesse argumentar que não entregava o Poder governativo a Xanana - que foi rejeitado nas eleições - mas sim a uma Aliança que assegurava a maioria.
Horta simplesmente ignorou e marginalizou o partido mais votado, a Fretilin, e ao arrepio da vontade dos eleitores cumpriu o acordado com Xanana e com o governo australiano, como obediente que é aos estrangeiros que têm em mira explorar Timor-Leste a troco de umas migalhas para uma população tão lutadora e ansiosa de uma Pátria realmente livre e independente. São estes os interesses que Horta defende, queiramos ou não aceitar a realidade.
Sobre Xanana muito haveria para referir, mas afinal é aquilo que se sabe, aquilo que se intui. As caracteristicas estão, bem demonstradas pelo seu percurso aparentemente fabricado de heroicidade... mas só fabricado, nada mais. Dali só se pode esperar desilusão e uma obstinação pelo Poder, pelo controle do país e das suas riquezas por forma a fazer a entrega à sua família de afinidade parental: Austrália.
Com facilidade nos esquecemos que a história sempre nos ensinou que a maior parte dos heróis de hoje são os traidores de amanhã.
Não são todos, mas acontece bastante.
Temos então um primeiro-ministro timorense reposto pelo seu amigo Ramos Horta, que por sua vez ocupa a cadeira presidencial por troca com o seu amigo ex-presidente... Realmente a promiscuidade é flagrante e só não a vê quem não quer.Como primeiro-ministro recem nomeado, Xanana Gusmão nada tem feito que se tenha visto e há sérias dúvidas sobre se o seu governo já está completo. Não que isso seja importante para um país que está a ser governado à distância, na vizinha Austrália.
A medida mais conhecida deste governo - possivelmente a única até agora - caiu sobre nós como avião em prato de sopa. Foi espetacular.
O gabinete de Xanana Gusmão, do primeiro-ministro nomeado, fez conhecer que "contratou" um "consultor" australiano para governar...
Para o caso não importa se é Mike, Megan, Teddy ou Frank. O que importa é concluirmos que a grande medida deste incapacitado político timorense foi "contratar" um "consultor" australiano para governar Timor-Leste!
Simplesmente desprezível.
Basta! Chega, está a ser demais!
Porque esta seria uma prosa sem fim, acho por bem acabar agora por aqui. Não sem antes lembrar que João Cravinho, da Cooperação portuguesa, que hoje está de visita a Timor-Leste para fazer a entrega de mais 60 milhões de euros por três anos, fora o resto, deve ter presente a realidade timorense e reservar alguma distanciação sobre os novos (velhos) governantes de um país para cuja máfia governativa estamos a contribuir, independentemente dos salamaleques diplomáticos da praxe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário