segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Moçambique/António Guterres inicia visita de quatro dias para estreitar a cooperação

Maputo, 19 Agosto 2007 - O Alto-Comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, iniciou hoje uma visita de quatro dias a Moçambique, país que classifica como "exemplar" na protecção dos refugiados africanos.

Durante a sua estadia em Moçambique, António Guterres terá encontros com o Presidente da República, Armando Guebuza, a primeira-ministra, Luísa Diogo, e o ex-chefe de Estado moçambicano Joaquim Chissano.

Na segunda-feira, o responsável pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados vai deslocar-se à província de Nampula, norte do país, onde está instalado o maior campo de refugiados.

Moçambique conta actualmente com cerca de cinco mil expatriados, maioritariamente vindos da região africana dos Grandes Lagos, que também estão albergados noutros pontos do país.

Falando aos jornalistas no aeroporto de Maputo, António Guterres destacou "a prática exemplar de Moçambique" na protecção e assistência aos refugiados e anunciou o reforço da sua instituição na ajuda àquele grupo.

Moçambique, "país generoso", tem uma "prática exemplar na protecção e assistência aos refugiados de muitos países africanos que procuram abrigo", por isso, "vamos aproveitar esta vista para estreitar essa cooperação e encontrar esforços concretos de desenvolver ainda melhor no futuro", afirmou.

"Gostaria de sublinhar a acção dos moçambicanos, do governo e do povo na protecção aos refugiados, que é uma acção exemplar e tenho um particular orgulho nisso como amigo de Moçambique", insistiu.

No seu encontro com o presidente moçambicano, agendado para quarta-feira, António Guterres disse pretender falar sobre o "desenvolvimento da política do país no domínio do asilo" face aos movimentos migratórios resultantes de razões económicas, da degradação do ambiente e das alterações climáticas, "que começam a fazer o seu efeito".

Questionado sobre as acções futuras do Alto Comissariados da ONU para os Refugiados em Moçambique, Guterres destacou a reforma institucional, que culminará com a transferência de grande parte do pessoal para Nampula.

"Manteremos sempre em Maputo o nosso representante e uma pequena equipa, mas, obviamente, o nosso papel é estar onde estão os refugiados", frisou.

"Sendo a zona de Nampula onde há maior concentração de refugiados, será nessa zona que vamos ter a maior parte do nosso próprio pessoal", porque "não somos uma organização de salão, somos uma organização de terreno", concluiu. (Notícias Lusófonas)

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