Mylena Fiori / Repórter da Agência Brasil
“Num momento como este, acho muito difícil que as repercussões dessa turbulência não sejam objeto de um interesse pessoal, em particular nas próprias conversas bilaterais”, afirmou hoje (17) o embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretário-geral de Política do Ministério das Relações Exteriores, em entrevista coletiva à imprensa.
A reunião ministerial está prevista para os dias 22 e 23, e durante o encontro deverá ser adotada a Declaração de Brasília, documento que resume os entendimentos alcançados pelos ministros. Em paralelo, deverão ocorrer encontros bilaterais entre o ministro Celso Amorim e chanceleres de alguns dos países participantes.
Nos dias anteriores, 20 e 21, haverá reunião preparatória de altos funcionários e seminário acadêmico. Simultaneamente, estão programados seminários e encontros empresariais em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A agenda dos seminários prevê temas como os desafios de integração da América Latina, agroenergia, investimentos asiáticos no continente, vias interoceânicas e o comércio internacional pós Rodada Doha.
A atual rodada de negociações da Organização Mundial de Comércio também deverá entrar na pauta nos debates ministeriais, segundo Jaguaribe. “A temática é comércio e investimentos em geral. Assim, não é possível não se dar alguma atenção à questão", disse o embaixador, ao enfatizar que a Rodada Doha também constará das declarações formais do encontro ministerial, embora não se trate de um fórum de negociação, mas de “convergência de interfaces”.
O Foro é uma iniciativa do Chile e de Cingapura – países que, segundo Jaguaribe, têm muito interesse no comércio e na interação entre a América e o Pacífico. “Estes países julgavam que o nível de entendimento, compreensão e interação entre a Ásia e a América Latina era insuficiente e inadequada, fato que em grande medida continua sendo verdade”, afirmou o embaixador.
Juntos, os PIBs (Produto Interno Bruto) dos 33 países que integram o Focalal somam cerca de US$ 12 trilhões, para mais de um terço da população mundial. Em 2005, a corrente comercial entre eles alcançou US$ 1,028 trilhão. “O Focalal ajuda a dar um dinamismo maior para uma região que é hoje a região mais dinâmica do ponto de vista econômico, comercial e produtivo do mundo”, disse Jaguaribe.
O diálogo entre os países ocorre, atualmente, no âmbito de três grupos de trabalho: Política, Cultura e Educação; Economia e Sociedade; e Ciência e Tecnologia. A primeira Reunião Ministerial do Focalal foi realizada em Santiago (Chile), em março de 2001, e a segunda, em Manila (Filipinas), em janeiro de 2004. Ainda sem data definida, a quarta será no Japão.
Integram o Foro os seguintes países: Argentina, Austrália, Bolívia, Brunei, Brasil, Camboja, Chile, China, Colômbia, Cingapura, Costa Rica, Filipinas, Cuba, Indonésia, Equador, Japão, El Salvador, Laos, Guatemala, Malásia, México, Mianmar, Nicarágua, Nova Zelândia, Panamá, República da Coréia, Paraguai, Tailândia, Peru,Vietnã, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Até o momento, está confirmada a presença de ministros de 21 países, de um alto funcionário da Austrália e de representantes do Haiti e do Suriname, como convidados.
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/08/17/materia.2007-08-17.8482545051/view
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