Maputo, 17 Agosto 2007 - O ministro moçambicano da Energia assegurou que a mobilização de financiamentos para o pagamento da dívida de Moçambique a Portugal, pela reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), decorre "satisfatoriamente", manifestando optimismo em cumprir os prazos acordados.
Falando no decurso do III Conselho Coordenador do Ministério da Energia, a decorrer em Cabo Delgado, norte de Moçambique, Salvador Namburete reconheceu que a reversão de HCB é a "principal preocupação" do executivo moçambicano.
Por isso, garantiu, o executivo moçambicano está a trabalhar "arduamente para ir ao encontro dos anseios do povo visando a sua libertação económica", embora não tenha dito onde irá buscar o dinheiro.
No final do ano passado, os governos de Lisboa e Maputo rubricaram o acordo que permitiu a mudança da posição accionista na HCB, passando Moçambique a deter 85 por cento das acções, contra os 15 por cento de Portugal.
Ao abrigo do memorando do entendimento assinado pelo Presidente moçambicano, Armando Guebuza, e o primeiro-ministro português, José Sócrates, Moçambique deve pagar ao executivo de Lisboa 950 milhões de euros.
Para já, o governo moçambicano pagou a Portugal 250 milhões de euros, devendo os restantes 700 milhões de euros serem pagos até ao final deste ano, tendo para tal sido constituído um consórcio formado pelos bancos português BPI e francês Calyon, que recebem como garantia a venda de energia do empreendimento (afastando a hipótese de entrega de uma posição accionista).
O Calyon, que faz parte do Grupo Crédit Agricole, e o BPI, já com forte presença em Moçambique através da participação de 30 por cento no BCI Fomento, lançaram já os trabalhos de estruturação e montagem da operação. (AngolaPress)
Nenhum comentário:
Postar um comentário