2 agosto 2016, Brasil 247 http://www.brasil247.com
(Brasil)
Tereza Cruvinel*
O tempo fechou e a paz acabou entre os parceiros do Mercosul, depois que
o chanceler interino José Serra liderou o movimento para evitar que a Venezuela
assumisse a presidência pro-tempore do bloco. Em seguida, ele anunciou o não
reconhecimento da posse anunciada pelo presidente Nicolás Maduro, mesmo não
tendo havido consenso e reunião das partes. Em comunicado oficial, divulgado
nesta terça-feira, a Venezuela denuncia a formação, pela extrema direita
do sul do continente, de uma nova Tríplice Aliança entre
Brasil, Argentina e Paraguai. Há muito tempo não havia um contencioso tão
áspero entre vizinhos sul-americanos.
O comunicado diz ainda que os três países pretendem editar “uma
espécie de Operação Condor contra a Venezuela, que persegue e criminaliza seu
modelo de desenvolvimento e democracia, agressão que inclusive tenta destruir a
institucionalidade e legalidade do Mercosul”. A manifestação é uma reação
direta
ao anúncio de Serra de que não reconhece a presidência da Venezuela,
propondo, com apoio do Paraguai, que seja “considerada” a proposta argentina de
uma presidência colegiada nos seis meses em que, pelas regras do Tratado de
Ouro Preto, seria a vez da Venezuela, o quarto membro que entrou mais tarde mas
na vigência das regras do tratado e de documentos multilaterais
posteriores. O Uruguai foi o único a defender a observância das regras.
A Venezuela bate duro nos governos neoliberais dos três opositores à sua
investidura na presidência do bloco: “ Por trás desse plano estão quem sempre
conspiraram contra a união sul americana com o objetivo de impor o Consenso de
Washington, na falsa convicção de que chegou o momento de fazer desaparecer a
Revolução Bolivariana. É a Tripla Aliança da Direita e o Plano Condor contra o
Bolivarianismo e as conquistas socioeconômicas de nossos povos. Forças
retrógradas e neoconservadoras tentam trazer de volta as nefastas políticas
neoliberais que mergulharam os povos do Sul em pobreza, miséria, desigualdade e
exclusão de seus direitos humanos.”
Em sua coleção de desmontes institucionais e políticos, o governo
interino de Temer assume agora também a responsabilidade pelo esfacelamento do
Mercosul, uma construção iniciada logo depois da queda das ditaduras do Cone
Sul.
Veja a íntegra do comunicado,
REPÚBLICA BOLIVARIANA DA VENEZUELA
MINISTÉRIO DO PODER POPULAR PARA RELAÇÕES EXTERIORES
COMUNICADO
A República Bolivariana da Venezuela, no pleno exercício de sua Presidência Pro Tempore do Mercado Comum do Sul - Mercosul, denuncia as manobras da direita extremista do sul do continente, conformada em uma nova Tripla Aliança, que vem atuando de maneira arteira, através de arranjos jurídicos, para tratar de obstaculizar o que por direito lhe corresponde.
A Venezuela rechaça categoricamente a invenção de uma fraudulenta tese, sem suporte no direito, para mascarar o procedimento ilegal expresso na falsa suposição de uma Presidência Pro Tempore vaga que exercemos legalmente desde o dia 29 de julho do corrente ano, com seus deveres e direitos, tal como foi oportunamente comunicado aos Estados-Parte mediante a Nota PPTV 01/2016.
Essa Tripla Aliança, integrada pelos governos da Argentina, Brasil e Paraguai, pretende reeditar uma espécie de Operação Condor contra a Venezuela, que persegue e criminaliza seu modelo de desenvolvimento e democracia, agressão que inclusive tenta destruir a institucionalidade e legalidade do Mercosul.
Por trás desse plano estão quem sempre conspiraram contra a união sul americana com o objetivo de impor o Consenso de Washington, na falsa convicção de que chegou o momento de fazer desaparecer a Revolução Bolivariana. É a Tripla Aliança da Direita e o Plano Condor contra o Bolivarianismo e as conquistas socioeconômicas de nossos povos. Forças retrógradas e neoconservadoras tentam trazer de volta as nefastas políticas neoliberais que mergulharam os povos do Sul em pobreza, miséria, desigualdade e exclusão de seus direitos humanos.
O Governo Bolivariano alerta aos povos do Mercosul diante das mentiras dos inimigos da integração e da união de nossa Região, que desconhecem, com suas omissões, o espírito desta história comum na qual os trabalhadores têm um papel protagônico.
A República Bolivariana da Venezuela, invoca como guia inequívoca para o exercício da Presidência Pro Tempore do Mercosul, o pensamento sulamericanista do Presidente Hugo Chávez, quando nos disse: "Por isso hoje estamos nessa exata perspectiva histórica, este é nosso mundo, nosso lugar na história, este é nosso sítio, esta é nossa essência, América do Sul e, dentro desta grande pátria, o Mercosul como um grande motor. A Venezuela chega ao Mercosul por completo, com toda a nossa paixão, vontade e desejos de integrar-nos dignamente em um novo mecanismo de integração que vá mais além do comércio".
Caracas, 1º de agosto de 2016
MINISTÉRIO DO PODER POPULAR PARA RELAÇÕES EXTERIORES
COMUNICADO
A República Bolivariana da Venezuela, no pleno exercício de sua Presidência Pro Tempore do Mercado Comum do Sul - Mercosul, denuncia as manobras da direita extremista do sul do continente, conformada em uma nova Tripla Aliança, que vem atuando de maneira arteira, através de arranjos jurídicos, para tratar de obstaculizar o que por direito lhe corresponde.
A Venezuela rechaça categoricamente a invenção de uma fraudulenta tese, sem suporte no direito, para mascarar o procedimento ilegal expresso na falsa suposição de uma Presidência Pro Tempore vaga que exercemos legalmente desde o dia 29 de julho do corrente ano, com seus deveres e direitos, tal como foi oportunamente comunicado aos Estados-Parte mediante a Nota PPTV 01/2016.
Essa Tripla Aliança, integrada pelos governos da Argentina, Brasil e Paraguai, pretende reeditar uma espécie de Operação Condor contra a Venezuela, que persegue e criminaliza seu modelo de desenvolvimento e democracia, agressão que inclusive tenta destruir a institucionalidade e legalidade do Mercosul.
Por trás desse plano estão quem sempre conspiraram contra a união sul americana com o objetivo de impor o Consenso de Washington, na falsa convicção de que chegou o momento de fazer desaparecer a Revolução Bolivariana. É a Tripla Aliança da Direita e o Plano Condor contra o Bolivarianismo e as conquistas socioeconômicas de nossos povos. Forças retrógradas e neoconservadoras tentam trazer de volta as nefastas políticas neoliberais que mergulharam os povos do Sul em pobreza, miséria, desigualdade e exclusão de seus direitos humanos.
O Governo Bolivariano alerta aos povos do Mercosul diante das mentiras dos inimigos da integração e da união de nossa Região, que desconhecem, com suas omissões, o espírito desta história comum na qual os trabalhadores têm um papel protagônico.
A República Bolivariana da Venezuela, invoca como guia inequívoca para o exercício da Presidência Pro Tempore do Mercosul, o pensamento sulamericanista do Presidente Hugo Chávez, quando nos disse: "Por isso hoje estamos nessa exata perspectiva histórica, este é nosso mundo, nosso lugar na história, este é nosso sítio, esta é nossa essência, América do Sul e, dentro desta grande pátria, o Mercosul como um grande motor. A Venezuela chega ao Mercosul por completo, com toda a nossa paixão, vontade e desejos de integrar-nos dignamente em um novo mecanismo de integração que vá mais além do comércio".
Caracas, 1º de agosto de 2016
*Colunista
do 247, Tereza Cruvinel é uma das mais respeitadas jornalistas políticas
do País
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