5 agosto
2016, Brasil 247 http://www.brasil247.com (Brasil)
Sem ser citado nem pelo
presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, o presidente interino
Michel Temer (PMDB) foi alvo de uma sonora vaia nesta sexta (5) durante a abertura das Olimpíadas do Rio; o
protesto contra Temer tomou conta do Maracanã já ao final do evento, quando ele
foi ao microfone anunciar que os Jogos Olímpicos estavam oficialmente abertos;
a fala do interino não durou dez segundos
247 - O presidente interino Michel Temer (PMDB) foi
alvo de uma sonora vaia nesta sexta-feira (5) durante a abertura das Olimpíadas
do Rio. O protesto
contra Temer tomou conta do Maracanã já ao final do evento,
quando ele foi ao microfone anunciar que os Jogos Olímpicos estavam
oficialmente abertos.
Mais cedo, a blindagem ao interino Michel Temer, alvo de
protestos no Rio de Janeiro e em São Paulo nesta sexta, motivou uma quebra de
protocolo na Rio 2016. Temer não foi anunciado ao lado de Thomas Bach,
presidente do Comitê Olímpico Internacional.
O protocolo previa a apresentação da dupla, mas
apenas o segundo teve seu nome chamado ao microfone.
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Brasil/AS VAIAS A TEMER MOSTRARAM QUANTO OS BRASILEIROS DESPREZAM QUEM TRAI
6 agosto 2016, Vermelho http://www.vermelho.org.br
(Brasil)
Mais do que a impopularidade
extrema de Temer, o que se destacou ontem na abertura das Olimpíadas foi sua
covardia pusilânime. Temer fugiu, assustado, melhor, aterrado, das vaias —
mas mesmo assim foi alcançado por elas num momento sublime da cerimônia.
A primeira medalha de ouro brasileira foram as vaias a Temer diante não apenas do Maracanã lotado, não apenas dos brasileiros — mas do mundo.
As vaias mostraram, melhor que o espetáculo de abertura, o caráter do brasileiro. Somos um povo que despreza quem trai, quem apunhala pelas costas enquanto sorri, quem usurpa, quem toma pela conspiração sórdida algo que não é seu.
O brasileiro despreza, ainda, a paúra. O jornalista Leandro Fortes lembrou, nas redes sociais, que Dilma suportou estoica insultos de imbecis na Copa do Mundo. Temer se portou como um homem sem fibra e sem caráter, um antiexemplo para os brasileiros.
As manobras para livrá-lo do confronto com a realidade começaram cedo no Maracanã. O protocolo foi quebrado logo no início e seu nome não anunciado.
Depois, quando era inevitável que ele declarasse abertos os jogos, uma fala de oito segundos foi o artifício para tentar escapar de ser notado e vaiado. Um falastrão reduzido a oito segundos por medo da reação.
Não adiantou.
As vaias foram a resposta. O mundo viu o tamanho da rejeição a um golpista sem carisma, sem voto, sem sequer ficha limpa. Quase tão rápidos como o estrondo popular, e para dar um tom cômico à cena, foram os aplausos inaudíveis do ministro Meirelles, sentado algumas fileiras atrás do chefe detestado.
Meirelles podia passar sem essa operação abafa pessoal. Na antologia das patacoadas é um flagrante memorável, bem como a cena fugidia de Serra cantando Aquarela do Brasil com requebros de boneco desengonçado.
A primeira medalha de ouro brasileira foram as vaias a Temer diante não apenas do Maracanã lotado, não apenas dos brasileiros — mas do mundo.
As vaias mostraram, melhor que o espetáculo de abertura, o caráter do brasileiro. Somos um povo que despreza quem trai, quem apunhala pelas costas enquanto sorri, quem usurpa, quem toma pela conspiração sórdida algo que não é seu.
O brasileiro despreza, ainda, a paúra. O jornalista Leandro Fortes lembrou, nas redes sociais, que Dilma suportou estoica insultos de imbecis na Copa do Mundo. Temer se portou como um homem sem fibra e sem caráter, um antiexemplo para os brasileiros.
As manobras para livrá-lo do confronto com a realidade começaram cedo no Maracanã. O protocolo foi quebrado logo no início e seu nome não anunciado.
Depois, quando era inevitável que ele declarasse abertos os jogos, uma fala de oito segundos foi o artifício para tentar escapar de ser notado e vaiado. Um falastrão reduzido a oito segundos por medo da reação.
Não adiantou.
As vaias foram a resposta. O mundo viu o tamanho da rejeição a um golpista sem carisma, sem voto, sem sequer ficha limpa. Quase tão rápidos como o estrondo popular, e para dar um tom cômico à cena, foram os aplausos inaudíveis do ministro Meirelles, sentado algumas fileiras atrás do chefe detestado.
Meirelles podia passar sem essa operação abafa pessoal. Na antologia das patacoadas é um flagrante memorável, bem como a cena fugidia de Serra cantando Aquarela do Brasil com requebros de boneco desengonçado.
Com o golpe e com Temer, o Brasil regrediu extraordinariamente na imagem internacional. Apenas 45 presidentes e chefes de estado compareceram à cerimônia. Isto é menos da metade do que aconteceu há quatro anos em Londres.
A mídia estrangeira já está repercutindo as vaias de Temer. Que foram, repito, a primeira medalha de ouro brasileira.
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