11 agosto 2016, Brasil 247 http://www.brasil247.com
(Brasil)
Da esquerda para direita: Marcelo
Odebrecht, Léo Pinheiro,
Eduardo Cunha, Michel Temer, Rodrigo Maia e Renan Calheiros
Se o impeachment da
presidente eleita Dilma Rousseff vier mesmo a ser confirmado no fim de agosto,
a Câmara e o Senado passarão a discutir, em regime de urgência, um projeto que
beneficia mais de 200 partamentares: a anistia geral aos envolvidos na Operação
Lava Jato; a tese que vem sendo construída é a de que o crime de caixa dois
seria diferente da propina disfarçada como doação eleitoral; assim, os
deputados e senadores ficariam livres das delações de empresários como Marcelo
Odebrecht e Léo Pinheiro (OAS), bem como do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
que disse a um delator sustentar financeiramente mais de 200 parlamentares; a
questão é combinar esse acordão, que
tem o apoio de Renan Calheiros (PMDB-AL),
Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do interino Michel Temer, com o resto da sociedade.
247 – Se o impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff
vier mesmo a ser confirmado no fim de agosto, a Câmara e o Senado passarão a
discutir, em regime de urgência, um projeto que beneficia mais de 200
partamentares.
Trata-se da anistia geral aos envolvidos na Operação
Lava Jato. A tese que vem sendo construída é a de que o crime de caixa dois
seria diferente da propina disfarçada como doação eleitoral e o acordão foi
antecipado pela colunista Maria Cristina Fernandes, do Valor Econômico.
"Um grupo de advogados com clientes na Lava-Jato
começou a discutir a minuta de uma proposta que tanto pode vir a entrar na
negociação das dez medidas anticorrupção, que tramitam no Congresso, quanto
pode constar da reforma política que estará em pauta depois das eleições
municipais", diz ela. "O centro da proposta é a distinção entre caixa
dois e propina. A legislação já os distingue mas a partir de uma fronteira
cinzenta que não impediu a Lava-Jato de juntar os dois crimes no mesmo
balaio."
Assim, os deputados e senadores ficariam livres das
delações de empresários como Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro (OAS), bem como
do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que disse a um delator sustentar
financeiramente mais de 200 parlamentares.
A questão é combinar esse acordão com o resto da
sociedade e também com o Ministério Público. "A anistia que se
começa a discutir no Legislativo avinagra o principal conteúdo das delações e
deve enfrentar forte reação no Ministério Público. Um de seus integrantes acaba
de anunciar, na Câmara que a Lava-Jato cumpriu apenas um quinto de suas tarefas",
diz Maria Cristina Fernandes.
Ela também afirma que há até um discurso já sendo
preparado. "O discurso a ser adotado pelos parlamentares como vacina no
acirrado debate público por vir é o de que a história do país se constrói num
pomar de anistias. Foi neste terreno que brotou a Nova República. É por meio de
sucessivos Refis que muitas empresas permanecem em funcionamento. O acordo em
negociação com os Estados também prevê, em larga medida, um perdão de seus
crimes de responsabilidade fiscal. O capital refugiado também receberá as
bênçãos de uma anistia em sua repatriação. E, por fim, muitos contribuintes não
conseguiriam se regularizar sem anistias periódicas de IPTU promovidas pelas
prefeituras."
E então: os 200 deputados sustentados por Eduardo Cunha
e os 35 senadores que serão delatados pela Odebrecht merecem perdão?
------------- Recomendamos
Brasil/Cunha exigiu propina justificando necessidade de sustentar mais de 200 deputados
9 agosto 2016, Ultimo
Segundo http://ultimosegundo.ig.com.br (Brasil)
Por iG São
Paulo
Em depoimento à Justiça, lobista Júlio Camargo garante ter sido pressionado pelo deputado federal afastado a pagar propina de US$ 5 milhões em 2011
O deputado federal afastado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) justificou a pressão por propina exercida contra o lobista Júlio
Camargo em 2011 pela necessidade de sustentar "uma bancada de mais de
duzentos deputados" no Congresso Nacional.
A declaração contra Eduardo
Cunha foi feita pelo lobista em depoimento de delação premiada
realizado na segunda-feira (8) na 6ª Vara Criminal Federal da Justiça
Federal em São Paulo. De acordo com Camargo, o parlamentar afastado o
pressionou por meio de ameaças a lhe pagar US$ 5 milhões na ocasião.
Denunciado
pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro, réu no
Supremo Tribunal Federal e prestes a
enfrentar votação que deve cassar seu mandato na Câmara dos
Deputados, o peemedebista estava presente na sala da audiência ao longo
de todo o depoimento de Camargo.
A presença do ex-presidente da Câmara, no
entanto, não intimidou o lobista. Frente a frente ao acusado, o delator
reiterou os detalhes da extorsão que afirma ter sofrido referente
à contratação de um estaleiro para a construção de dois navios-sonda pela
Diretoria Internacional da Petrobras, em 2006 e 2007.
Uma nova derrota imposta a Eduardo Cunha
Logo no início da
audiência judicial, a defesa do parlamentar afastado requereu a suspensão
do depoimento de Camargo e sofreu uma grande derrota ao ouvir resposta negativa
de Paulo Marcos de Farias, instrutor do Supremo Tribunal Federal.
Em seu relato, Camargo
manteve as informações que já havia revelado à força-tarefa da Operação Lava
Jato sobre propinas para Eduardo Cunha no âmbito de um contrato para operação
de um navio-sonda da Petrobras.
Anteriormente, o
lobista já havia contado que na época em que estava sofrendo pressão do
deputado chegou a procurar ajuda do então ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão (PMDB/MA). Segundo ele, Lobão ligou para o deputado e disse:
"Eduardo, você está louco?". O telefonema, segundo o delator, ocorreu
no final da tarde de um domingo, em 2011, na Base Aérea do Aeroporto Santos
Dumont, no Rio.
Cunha sempre negou o recebimento de
propinas do qual é acusado. Procurado nesta segunda-feira (8) por meio de sua
assessoria de imprensa, o parlamentar não retornou os pedidos de entrevista.
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