segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Angola/Íntegra do discurso de encerramento do presidente do MPLA



21 agosto 2016, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)

DISCURSO DE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DO MPLA, NO ENCERRAMENTO DO VII CONGRESSO ORDINÁRIO DO PARTIDO Luanda, 20 de Agosto de 2016

CAMARADAS DELEGADOS
DISTINTOS CONVIDADOS
MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES


Terminou o VII Congresso Ordinário do MPLA. Agradeço o voto de confiança que os militantes do MPLA depositaram em mim, ao elegerem-me outra vez para dirigir os destinos do nosso Partido.

Prometo exercer o cargo de Presidente do Partido com alto sentido de responsabilidade, com zelo e dedicação e cumprir e fazer cumprir com espírito de missão as deliberações do Congresso.

Tivemos aqui cerca de três dias de trabalho intenso, que
nos conduziram à aprovação dos documentos que contêm as orientações para as acções que vamos realizar de aqui para frente. O conteúdo destes documentos tem uma qualidade tão elevada, que é para nós motivo de orgulho.

O ambiente de trabalho foi de solidariedade, camaradagem e entreajuda. O Partido reforçou a sua coesão interna e a sua unidade. Agradecemos às nossas famílias, incluindo a minha em particular, pelo apoio nas horas difíceis e pela compreensão pelos nossos momentos de ausência.

A família é verdadeiramente uma importante base de apoio e não basta declarar que ela é o pilar da sociedade. É preciso definir políticas públicas e adoptar medidas concretas para reforçar o seu papel e proteger as mais frágeis e carenciadas.

É preciso prestar mais atenção a certos fenómenos que têm colocado em causa valores morais, princípios éticos e virtudes em que assentam a nossa sociedade, criando-se condições para corrigir comportamentos inadequados como a falta de educação  e a prepotência e proteger a honra, o respeito e a dignidade que caracterizam a família angolana.

De facto, ao longo da sua existência, o MPLA levou a cabo acções para impor o respeito pela família, para lutar contra o preconceito em relação à mulher, a fim de a colocar em pé de igualdade com o homem, marcando a sua presença massiva no ensino a todos os níveis, na Administração Pública, nas Forças Armadas, na Polícia Nacional, no sector empresarial, nas organizações sociais e em destacados cargos políticos, administrativos e de gestão.

Fomos felizes na aposta que fizemos para a promoção da mulher, mas ainda há um grande caminho a percorrer para equilibrar a igualdade do género. Lamentamos que as mulheres continuem a ser as principais vítimas da violência doméstica e a fuga da paternidade.

A fuga à paternidade que prejudica fundamentalmente as crianças. Precisa-se do amparo da Justiça para que tenhamos leis e regulamentos que permitam ajudar a resolver estes graves problemas.

CAROS CAMARADAS
Desde os tempos difíceis da luta armada o MPLA sempre demonstrou a sua preocupação com a formação de recursos humanos. Por essa razão, nos primeiros anos a seguir à Independência foram estabelecidos vários acordos de cooperação com outros países.

Vieram professores estrangeiros para os nossos estabelecimentos de ensino e foram enviados para estudar no exterior milhares de jovens. Foram assim formados milhares de quadros que hoje contribuem, com o seu saber e com a sua experiência, para o desenvolvimento do país.
Nos 14 anos de paz, a construção de escolas foi também uma das nossas prioridades, ao mesmo tempo que estendemos o ensino superior a todo o país. Em cada província há já pelo menos um instituto superior.

Os números falam por si. Em 2002, tínhamos no ensino primário 1 milhão e 735 mil crianças. Hoje, temos 5 milhões e 400 mil crianças. No ensino secundário, o número de alunos matriculados em 2016 é de cerca de 2 milhões e 500 mil.

No ensino superior, o número de estudantes era, em 2002,  de 14 mil estudantes, tendo passado para um total de 235.490 estudantes matriculados, em 2016. A extensão da educação é inegavelmente um dos principais ganhos da paz. O ensino cresceu em quantidade e o nosso desafio agora é melhorar a sua qualidade. 

Temos de melhorar com urgência a formação dos professores, sobretudo no ensino primário e no ensino médio. Melhorar a qualidade da formação dos médicos, dos engenheiros, dos arquitectos e de todos os outros profissionais, para que eles tenham a aptidão necessária para realizar as tarefas de desenvolvimento.

Como no passado, é necessário ajustar também o conteúdo dos programas para fazer dos estabelecimentos de ensino instituições capazes de ligar a aquisição de conhecimentos teóricos à prática profissional, por forma a estimular o desejo de empreender e contribuir para vencer a batalha do desenvolvimento.

CAROS CAMARADAS
O Partido tem absoluta confiança nos jovens angolanos, acredita na sua capacidade, no amor que têm à Pátria e no seu sentido de responsabilidade.
No que nos diz respeito, cabe-nos estimular e aproveitar da melhor maneira o entusiasmo, a formação e a criatividade dos jovens e levá-los a contribuir para a resolução dos problemas de cada um dos sectores em que estiverem inseridos.

Cabe-nos também melhorar o diálogo entre as gerações e criar pontes para uma transição baseada na qualidade, no bom senso, no empenho e no mérito. Temos de cuidar dos jovens para garantir que estes cuidem bem do país no futuro.

CAROS CAMARADAS
O VII Congresso do MPLA adoptou a Moção de Estratégia do Líder, que define o rumo a seguir para se construir um futuro melhor para Angola.

O que é que falta agora?

Agora falta trabalhar para realizar, com êxito, as 10 aspirações ou desígnios dos angolanos, que constam da Moção de Estratégia e entre as quais salientamos edificar um Estado Democrático e de Direito forte, moderno, coordenador e regulador da vida económica e social e promover o desenvolvimento sustentável, assegurando a inclusão económica e social, a estabilidade macroeconómica e a diversificação da economia nacional, reduzindo as desigualdades.

O MPLA está preparado para enfrentar os próximos desafios. Vai pedir ao povo angolano que renove a confiança no MPLA, com vista a governar para todos e a alcançar a prosperidade e o bem-estar para todos os angolanos.

A resolução geral que este Congresso acaba de aprovar tem o resumo do que devemos fazer para conduzirmos o MPLA para as próximas vitórias, mas, sobretudo, para continuarmos a ser fiéis aos princípios definidos nos nossos programas, sobretudo no programa do MPLA, e continuarmos a ser coerentes e capazes de levar à prática aquilo que prometemos, sermos responsáveis e sempre honestos no cumprimento dos compromissos que assumimos diante do povo angolano.

Continuar a ser um partido sério, um partido de trabalho, um partido que não foge as suas responsabilidades, não foge aos momentos difíceis por que passa, sempre na certeza de que tem sabedoria, tem quadros capazes e tem força para realizar aquilo que recebe como orientações, como desejos expressos pela vontade de todos os cidadãos de Angola.

Ao sairmos deste VII Congresso ordinário do MPLA, com esta boa disposição, com vontade de ir para frente e realizar os nossos objectivos estratégicos e os objectivos imediatos também, eu quero pedir também contínua lealdade aos princípios, aos objcetivos definidos pelo Partido, disciplina, muita disciplina, força e respeito pelas orientações dimanadas dos órgãos superiores, respeito na relação com o povo, com o cidadão, porque afinal nós estamos aqui, muitas vezes em cargos de grande responsabilidade, porque somos servidores, para servir a nação, para servir o povo, e não aproveitamos apenas dos nossos cargos para nos servir.

VIVA O MPLA
VIVA O MPLA
DE CABINDA AO CUNENE UM SÓ POVO, UMA SÓ NAÇÃO
A LUTA CONTINUA
A LUTA CONTINUA
MPLA COM O POVO RUMO À VITÓRIA! 
Estou a contar convosco.

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