11 julho 2013, Agência Brasil http://agenciabrasil.ebc.com.br
(Brasil)
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os presidentes
latino-americanos preparam para amanhã (12) a formalização de um documento em
que repudiam o monitoramento, pelos Estados Unidos, de dados na internet e
telefonemas de cidadãos da América Latina. Inicialmente, a ideia é que a
declaração apresente a preocupação com as denúncias de espionagem, a gravidade
que elas representam e o fato de serem inaceitáveis. Além do Brasil, a
Colômbia, o México, Equador e a Argentina se manifestaram sobre o assunto,
condenando o monitoramento externo de informações de cidadãos.
O tema será abordado na Cúpula do
Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai, hoje (11) e amanhã. Mas antes, os
chanceleres do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela) - o Paraguai
está suspenso temporariamente - e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) se
reúnem hoje para definir os termos do documento.
O ministro das Relações
Exteriores, Antonio Patriota, ressaltou que o tom do documento será coerente
com as premissas da política externa brasileira.
Ao ser perguntado se o governo do
Brasil pretende elevar as críticas e reações aos Estados Unidos, como fizeram
alguns países da região, o chanceler disse que os brasileiros têm uma posição
bem definida. “O Brasil ouve [os demais países], mas não costuma seguir. O
Brasil formula suas próprias posições de acordo com os interesses nacionais e
com a política externa brasileira”, destacou.
Na Cúpula do Mercosul, também serão
discutidos outros temas polêmicos envolvendo os parceiros latino-americanos. A
expectativa é que presidentes dos países da Unasul (composta por 12 nações, mas
o Paraguai está suspenso) participem da reunião no dia 12. Em pauta, o fim da
suspensão do Paraguai do Mercosul e da Unasul.
Os paraguaios querem que o retorno
seja imediato, mas o Uruguai avisou que a suspensão só acabará após 15 de
agosto, depois da posse do presidente eleito Horacio Cartes. O Paraguai foi
suspenso dos blocos regionais porque os líderes entenderam que houve rompimento
da ordem democrática durante o processo de impeachment do então
presidente Fernando Lugo, em junho de 2012.
Também está em pauta a moção de
apoio ao presidente da Bolívia, Evo Morales. Ele teve o avião proibido de
sobrevoar e aterrissar na França, em Portugal, na Itália e na Espanha, quando
voltava da Rússia, onde participou de reuniões técnicas sobre produção de
petróleo. A proibição, segundo as autoridades bolivianas, foi causada pela
desconfiança dos europeus de que o consultor norte-americano Edward Snowden,
que prestava serviços para a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados
Unidos, estivesse na aeronave presidencial. Snowden revelou que cidadãos
brasileiros foram monitorados pelos Estados Unidos.
A exemplo dos representantes do
Mercosul, em Cochabamba (Bolívia), na semana passada, e da Organização dos
Estados Americanos (OEA), os presidentes deverão aprovar uma declaração
exigindo explicações e desculpas a Morales pelos quatro europeus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário