23 julho 2013, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz
(Moçambique)
O
governo vai lançar, em breve, o serviço de emissão de passaportes biométricos
nas representações diplomáticas do país no estrangeiro.
A ideia, segundo o Director
Nacional de Migração, é acelerar a substituição dos passaportes analógicos cuja
emissão
foi descontinuada em 2010, com previsão de que até 2015 aqueles
documentos desapareçam da circulação.
No passado, de acordo com Armando
Fietines, os moçambicanos residentes no estrangeiro podiam requerer e obter o
passaporte analógico directamente nos serviços consulares dos países onde se
encontram a residir, sem precisar de se deslocar a Moçambique.
Porém, dada a complexidade dos
processos associados à emissão dos passaportes biométricos, nomeadamente a
captação de dados, as autoridades moçambicanas lançaram-se, recentemente, num
processo visando a criação de condições para que tal possa igualmente ser feito
a nível das suas representações diplomáticas no exterior.
“Estamo-nos a organizar para
deslocar equipas. Está claro que fica mais fácil ser o Governo a criar
condições para que os seus concidadãos possam tratar os passaportes nos países
onde se encontram, do que exigirmos que se tenham que deslocar ao país para
obterem o documento”, explica a fonte.
A emissão de passaportes analógicos
foi descontinuada em 2010 mas, recentemente, segundo Fietines, houve
necessidade de se enviar exemplares daqueles documentos para responder a uma
procura que se gerou em Portugal e Alemanha.
De acordo com a fonte, os
moçambicanos radicados naqueles países queixavam-se de não poderem fazer
deslocações de um país para outro, em virtude de os seus passaportes
(analógicos) já não terem espaço para mais carimbos.
“Neste tipo de situação tivemos que
abrir uma excepção e mandamos alguns passaportes para lá, mas a decisão do
Governo foi parar de emitir estes documentos em 2010, e que deixem de ser
válidos a partir de 2015…”, explica a nossa fonte.
O passaporte biométrico foi
introduzido no país, primeiro a nível da cidade de Maputo e depois em outros
pontos do país. Este trabalho, segundo Armando Fietines, foi sendo feito em
paralelo com a informatização do serviço de emissão de vistos.
Entretanto, o uso de passaportes
analógicos, cujos dados são manuscritos, é apontado como sendo uma das várias
causas da morosidade nos procedimentos de controlo nalguns postos fronteiriços.
Segundo informação divulgada pela
Maputo Corridor Logistics Initiative (MCLI), uma mescla de interesses
moçambicanos, sul-africanos e suázis no Corredor de Maputo, os passaportes
manuscritos não permitam que se façam uma leitura electrónica dos dados, razão
por que a saída é introduzi-los nos computadores, num processo que acaba por
ser moroso.
Barbara Mommen, Presidente do
Conselho de Administração do MCLI confirmou o facto à nossa Reportagem, e
prometeu que a sua instituição vai advogar no sentido de garantir que, pelo
menos entre os três países membros do pacto, essa situação seja rapidamente
ultrapassada a bem de uma maior flexibilidade na circulação de pessoas no
espaço regional.
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