16 julho /2013, Agência Brasil http://agenciabrasil.ebc.com.br (Brasil)
Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo
– O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, declarou, hoje (16),
que os países-membros do Mercosul buscarão reduzir a dependência tecnológica
estrangeira como forma de evitar novas espionagens em telecomunicações. Há um
mês e meio, o ex-funcionário norte-americano de uma empresa que presta serviços
à NSA , Edward Snowden, denunciou um esquema de espionagem feito por agências
secretas dos Estados Unidos a estrangeiros, incluindo o Brasil.
Durante
entrevista coletiva concedida a jornalistas internacionais na capital paulista,
o ministro informou que a equipe técnica criada pelo governo para formular
perguntas específicas e pedidos de esclarecimento aos Estados Unidos segue
trabalhando.
O caso de
espionagem, na opinião de Patriota, deve ser tratado em diferentes instâncias.
Entre os membros do Mercosul, inclusive, foi constituído um grupo de trabalho,
em sintonia com o Conselho de Defesa da União de Nações Sul-Americanas
(Unasul), com o objetivo de implementar ações que tragam segurança cibernética
e redução da dependência tecnológica estrangeira.
A mesma
decisão dos países determina que os membros do bloco vão adotar normas
relativas à regulamentação da internet, com ênfase nos aspectos de segurança
cibernética. “Para avançar na adoção de medidas que garantam a proteção adequada
da comunicação, em particular preservar a soberania dos Estados e privacidade
dos indivíduos”, disse ele.
Patriota
destacou, também, que os membros do Mercosul pretendem promover um debate sobre
essa questão durante a próxima Assembleia Geral da Organização das Nações
Unidas (ONU). Com a Argentina assumindo, no próximo mês, a presidência do
Conselho de Segurança da organização, o tema da segurança cibernética será
introduzido nas deliberações.
O
ministro mostrou-se pouco convencido de que os aspectos técnicos da governança
na internet possam ser revistos pela União Internacional das Telecomunicações
(UIT). “Existem propostas que [os aspectos] sejam tratados, mas ainda existe
muita resistência”, declarou.
Questionado
se a presidenta Dilma Rousseff levaria as denúncias de espionagem ao presidente
dos Estados Unidos, Barack Obama, o ministro limitou-se a responder que o
governo está preocupado. “O embaixador americano foi convocado, em mais de uma
ocasião ao Itamaraty, com pedido de esclarecimento. Esse é um gesto que fala
por si mesmo, importante, e que reflete o elevado grau de preocupação do
governo brasileiro com essas denúncias veiculadas pela imprensa”, disse ele.
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