A Comunidade de Países de Língua
Portuguesa (CPLP) quer aprofundar o debate sobre segurança de dados e
preservação da privacidade dos cidadãos na internet. A iniciativa ocorre no
momento em que o Brasil e vários países exigem dos Estados Unidos explicações
sobre as denúncias de espionagem das agências norte-americanas a informações de
cidadãos no ciberespaço e também na telefonia.
Uma das ideias é que no âmbito da
CPLP sejam coordenadas acções em foros internacionais em favor da definição de
regras claras para a governança e segurança cibernética. Os ministros dos
negócios estrangeiros dos oito países que compõem a comunidade analisaram a
proposta no passado dia 18 durante a 18ª Reunião Ordinária do Conselho de
Ministros da CPLP.
A CPLP é formada por Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e
Timor Leste. Os ministros dos estrangeiros debateram o tema "Os Novos
Paradigmas e o Futuro da CPLP na Era da Globalização".
Porém, a questão da espionagem veio
à tona no momento em que o ex-consultor norte-americano Edward Snowden
denunciou a existência de um esquema de monitoramento, por agências dos Estados
Unidos, a cidadãos do seu país e também no exterior. No caso do Brasil, o
jornal O Globo, baseado em informações de Snowden, informou que houve
um escritório em Brasília para coordenar as acções.
O governo brasileiro pediu
informações aos Estados Unidos sobre as denúncias. O embaixador norte-americano
em Brasília, Thomas Shannon, foi chamado a prestar esclarecimentos e negou as
informações, mas comprometeu-se a analisar os dados por meio de uma comissão de
peritos.
Além disso, ontem durante a reunião
da CPLP os ministros decidiram que será designado um representante especial da
comunidade para acompanhar as eleições e a situação na Guiné-Bissau (África),
país que foi alvo de um golpe de Estado em 2012 e, em novembro, escolherá novo
presidente e parlamentares.
Nos 17 anos de existência, a CPLP
intensificou a articulação política entre os países do bloco, o que resultou em
acções concretas de cooperação em áreas como saúde pública, agricultura e
formação profissional.
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