segunda-feira, 15 de julho de 2013

Capitais do Brasil colocaram Moçambique na lista dos principais receptores africanos de investimento estrangeiro



15 julho 2013, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)

Moçambique deverá ter entrado em 2012 para os 10 primeiros lugares da lista dos países africanos que mais investimento directo estrangeiro (IDE) captaram, devido sobretudo ao capital brasileiro, de acordo com o banco português BPI.

No seu mais recente relatório sobre a economia moçambicana,
o BPI refere que o IDE líquido do exterior praticamente duplicou no ano passado, em relação ao ano anterior, de 2,7 mil milhões de dólares para 5,2 mil milhões de dólares, destinados sobretudo aos grandes projectos.

“A capacidade de atracção de investimento estrangeiro e a exploração de recursos naturais têm sido determinantes para elevar o potencial de crescimento da economia”, adianta o BPI.

No ano passado, prossegue o documento, 83% do IDE líquido, equivalente a 35,7% do PIB, foi absorvido pelo sector da indústria extractiva e cerca de 76% direccionado a grandes projectos.

Os  grandes projectos são responsáveis por mais de metade das exportações de bens e o alumínio da fábrica Mozal continua a ser o principal produto de exportação, mas o carvão tem estado a ganhar quota muito rapidamente.

“A exploração dos recursos naturais em Moçambique, principalmente de carvão e gás, tem-se assumido como o principal factor de interesse para o IDE e tem justificado a expansão extraordinária do sector, suportando as elevadas taxas de crescimento da economia”, adianta.

Enquanto em 2011 Moçambique era o 14º país que mais IDE atraía, no ano passado o país “poderá ter entrado para os 10 primeiros lugares da lista das economias africanas” que mais investimento estrangeiro atraíram, anualmente elaborada pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, refere o BPI.

No topo da lista de investidores no ano passado esteve o Brasil, com 25% do total, seguido dos Estados Unidos da América, com 18%, e Austrália e Itália, com 12% cada.
Estes influxos de capital dirigem-se a sobretudo a projectos mineiros, destacando-se no caso do Brasil o da Vale para exploração de carvão em Moatize.

A capacidade de atracção de investimento está relacionada com a “abundância de recursos naturais”, mas também com os incentivos fiscais para grandes investimentos, como a isenção de pagamento de IVA sobre bens de capital e impostos reduzidos sobre a actividade empresarial.
Outra vantagem na captação de investimento, adianta, são as Zonas Francas Industriais, que isentam as empresas que aí estabeleçam a sua actividade do pagamento de determinados impostos e tarifas e que têm um regime especial de apoio ao desenvolvimento e exploração de infra-estruturas.

O BPI prevê para este ano uma aceleração do crescimento económico moçambicano para 8,4%, com a indústria extractiva a ser o sector mais dinâmico, atingindo um ritmo de crescimento de 18,6%, devido ao aumento da produção nas minas de Moatize, Benga e outras.

Segundo o FMI, Moçambique estará entre as 15 economias mundiais com crescimento real mais elevado pelo menos até 2018.

O Fundo prevê ainda que as receitas e despesas públicas continuem a aumentar nos próximos anos, em que se espera ainda uma redução da ajuda oficial, afectada pelo abrandamento da economia mundial. (macauhub)

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