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julho 2013, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)
Portugal continua a atrair grandes
empresas chinesas, interessadas no mercado europeu mas também no da África de
língua portuguesa, acolhendo agora o Banco da China e a Sinohydro.
Em plena crise e numa altura em que
as portuguesas se multiplicam em esforços de captação de capitais estrangeiros,
é da China que têm vindo os principais investimentos,
começando em 2011 com a
entrada da China Three Gorges na EDP – Energias de Portugal e da China State
Grid Corp na Redes Energéticas Nacionais.
O Banco da China opera agora num
emblemático edifício do centro da capital portuguesa, anterior sede do
semanário Expresso e do Banco Barclays, e trouxe o seu presidente a Portugal no
início de Julho, para uma cerimónia restrita.
Na cerimónia, em que participaram
membros do governo, o governador do Banco de Portugal e alguns dos principais
presidentes de bancos do país e gestores de empresas, o presidente do Banco da
China, Tian Guoli, prometeu o empenho da instituição em apoiar a Europa e
Portugal a ultrapassar a crise, sublinhando que o banco “vai continuar a seguir
uma tendência” de aposta na Europa.
“Os investidores chineses olharam
na década passada para os Estados Unidos da América e para o Japão, mas agora é
a vez de haver mais cooperação com a Europa, nomeadamente com Portugal e países
do sul do continente”, disse Tian Guoli, na cerimónia de abertura da sucursal
do Banco da China em Portugal, realizada no Centro Cultural de Belém.
Recentemente, o semanário Expresso
noticiou que também uma concorrente da CTG, o grupo de engenharia Sinohydro,
está a negociar a entrada no mercado português, em particular na construção de
barragens.
O interesse foi comunicado ao
governo português, mas a resposta foi que a carteira hidroeléctrica está
completa, com projectos da EDP e das espanholas Endesa e Iberdrola, e que a
alternativa passaria por comprar alguns destes projectos ou mesmo entrar em
regime de parceria com os referidos grupos, ainda de acordo com o jornal.
As operações de privatização em
Portugal, aceleradas pela crise económica e financeira, conduziram à entrada de
empresas chinesas no país.
A China Three Gorges pagou, em
2011, cerca de 2,7 mil milhões de dólares por 21,35% do capital da EDP,
tornando-se o maior accionista da eléctrica portuguesa.
A China State Grid Corp comprou, no
ano seguinte, 25% do capital da Redes Energéticas Nacionais (REN) por 287,15
milhões de euros.
Energia solar e águas e saneamento
apresentam-se como novos focos de actividade de empresas chinesas em Portugal.
O grupo Hanergy Solar anunciou
recentemente um acordo de princípio para a aquisição de parques de energia
solar em Portugal, sem revelar a identidade do vendedor.
Também em Março, o grupo francês
Veolia anunciou a venda do seu negócio de água em Portugal, Veolia Água, por 95
milhões de euros, à chinesa Beijing Enterprises Water Group, líder de sistemas
de tratamento de água na China.
O grupo chinês passou a ser
responsável pelo abastecimento de água em quatro concelhos (Mafra, Ourém,
Paredes e Valongo) e pelo saneamento de águas residuais em três concelhos
algarvios.
O negócio foi o de maior dimensão
no sector das águas na Península Ibérica desde 2009, o maior do sector em
Portugal desde 2008 e o primeiro de um investidor chinês no sector da água na
Península Ibérica.
Recentemente, o sítio “Morning
Whistle” noticiou que a administração da China Mobile iniciou o processo de
análise ao ambiente macroeconómico e económico de cinco países, entre eles
Portugal, a fim de neles efectuar investimentos. (macauhub)
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