23 julho 2013, ODiário.info
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Cavaco Silva, PS, PSD e CDS, os
“comentadores” nos grandes media, todos falam de “crise política”. Aquilo a que
chamam “crise” passou-se em pouco mais de duas semanas: derrocada do governo
PSD/CDS; apelo de Cavaco Silva à formação de um entendimento de “salvação
nacional” entre PS, PSD e CDS com o adiamento por um ano de convocação de eleições
antecipadas; inviabilização, de momento, de tal entendimento por parte do PS;
reinstalação do governo PSD/CDS por Cavaco Silva, para “cumprir o seu mandato
até ao final da legislatura”.
Este conjunto de acontecimentos não constitui uma “crise política”. Constitui um conjunto de manobras e expedientes para prosseguir, agravar e aprofundar a crise económica, social,
A derrocada do governo PSD/CDS foi o resultado da poderosa luta dos trabalhadores e do povo, que em menos de dois anos o isolou socialmente e tornou evidente a sua total ausência de legitimidade política e democrática. Não resultou, como alguns pretendem, do fracasso das suas políticas. Se das suas políticas resulta um desemprego sem precedentes, o empobrecimento e a miséria da grande maioria dos portugueses, uma espiral de acelerada recessão económica, destruição de funções sociais do Estado e a continuada hipoteca da sua soberania, tal não constitui o fracasso das suas políticas, mas o sucesso daquilo que essas políticas pretendiam e pretendem concretizar.
É a um tal governo que Cavaco Silva
e o PS quiseram dar um novo fôlego. Pode vir agora António José Seguro tentar
colher louros por não ter concretizado tal acordo de “salvação nacional”. Mas
os portugueses não devem esquecer dois factos essenciais. Um, que o PS não só
aceitou ir negociá-lo com PSD e CDS como, nas palavras de Seguro, admitia que
com esses partidos e o seu governo fosse possível “um bom acordo” (JN, 22.07.2013).
Outro, que o PS, sob o ruído das negociações, rapidamente deixou de falar em
eleições antecipadas.
O governo PSD/CDS não ganhou
qualquer novo fôlego. Mas permanece em funções, prolongando o seu trabalho de
destruição e acrescentando à grave situação nacional o espectáculo do seu
apodrecimento político e ético, que agora partilha com Cavaco Silva e com o PS.
É um governo defunto ligado à máquina. A máquina de um sistema político bloqueado por uma troika partidária e por um presidente da República apostados em não dar ouvidos à voz do povo. Está nas mãos e na luta dos trabalhadores e do povo, que já derrotou este governo, a força capaz de romper com um tal bloqueio e abrir caminho a um outro rumo para o país.
Os Editores de odiario.info
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