quarta-feira, 10 de julho de 2013

Brasil/Governo brasileiro vai reagir a espionagem dos Estados Unidos



9 julho 2013, Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)

A presidenta Dilma Rousseff fez uma reunião extraordinária na tarde desta terça-feira (9) com seis ministros para detalhar as providências tomadas pelo governo brasileiro em relação às denúncias de espionagem a cidadãos brasileiros por agências norte-americanas. A reunião ocorreu depois de uma primeira etapa de conversas entre os ministros. Em seguida, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota recebeu o embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon no Palácio do Itamaraty. 

Além de Patriota, participaram da reunião com a presidenta os ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, da Defesa, Celso Amorim, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do Gabinete de Segurança Institucional, José Elito. Dilma determinou que a investigação das denúncias e as respostas do governo sejam encaminhadas com rapidez e eficiência, principalmente em relação a questões de segurança e soberania.
Após a reunião de ministros, o chanceler anunciou a criação de um grupo de trabalho para definir as providências relativas às denúncias de espionagem. O grupo será formado por técnicos dos ministérios da Justiça, da Defesa, das Comunicações, das Relações Exteriores e do Gabinete de Segurança Institucional, da Presidência da República. A ideia é elaborar uma espécie de diagnóstico sobre a situação e concluí-lo rapidamente.

O Brasil anunciou que pretende recorrer à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (Estados Unidos), e à União Internacional de Telecomunicações (UIT), em Genebra (Suíça), sobre as denúncias de espionagem. Nas Nações Unidas, segundo Patriota, o objetivo é buscar uma definição sobre normas claras de comportamento para os países quanto à privacidade das comunicações dos cidadãos e à preservação da soberania dos demais Estados. Na UIT, a ideia é tentar o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das telecomunicações.

Além do Brasil, México, da Venezuela, Argentina, Colômbia, do Equador, outros países latino-americanos também foram alvos de programas de espionagem e rastreamento da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), segundo documentos divulgados pelo norte-americano Edward Snowden. Os dados eram monitorados por meio de um programa de vigilância eletrônica altamente secreto chamado Prism.

O ministro de Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, disse hoje que não há informações de que o monitoramento de dados de cidadãos também tenha ocorrido em seu país, porém as investigações estão em curso. Os governos da Venezuela, do Equador e da Colômbia indicaram que suspeitam que também tenham sido alvo de espionagem. (Agência Brasil)


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Brasil/Ministro diz que espionagem dos EUA viola soberania nacional 

9 julho 2013, Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)

O ministro da secretaria-seral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse nesta terça-feira (9) que os governos de países que tiveram suas comunicações monitoradas pelos Estados Unidos têm que responder com “muita dureza” à possível espionagem. Segundo Carvalho, a Cúpula do Mercosul, na próxima sexta-feira (12), em Montevidéu, será uma oportunidade para que os países do bloco se manifestem em conjunto contra as denúncias de monitoramento norte-americano. 

“Qualquer ferimento, qualquer ataque à soberania de um país, tem que ser respondido com muita dureza. Porque, se a gente abaixar a cabeça, amanhã eles passam por cima da gente.”

Reportagem do jornal O Globo revelou que as comunicações do Brasil estavam entre os focos prioritários de monitoramento pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), segundo documentos divulgados pelo ex-agente norte-americano Edward Snowden. Os dados eram monitorados por meio de um programa de vigilância eletrônica altamente secreto chamado Prism.

Além do Brasil, o México, a Venezuela, Argentina, Colômbia, o Equador e outros países latino-americanos foram alvos de programas de espionagem e rastreamento da NSA.

“Na sexta-feira, a presidenta Dilma vai estar em uma reunião do Mercosul, vai ser uma boa ocasião para se tomar uma decisão em conjunto. Nós consideramos o fato gravíssimo, da mesma forma como foi grave o evento com o presidente Evo Morales”, disse Carvalho, referindo-se à decisão de países europeus de fechar seus espaços aéreos ao avião do presidente da Bolívia, na última semana.

Carvalho disse que é preciso investigar as denúncias para que a reação do governo brasileiro não seja baseada em informações preliminares, mas reforçou que as respostas precisam ser firmes. “Tem que ter muita maturidade nesse tipo de relação. Mas ela não pode deixar de ser muito dura e muito firme. É defesa da soberania nacional, defesa do nosso povo”. (Agência Brasil)

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