12 de Outubro de 2008/Telam
Um juiz argentino ordenou que o ex-ditador Jorge Rafael Videla seja transferido para uma dependência militar, após haver gozado do benefício da prisão domiciliar durante os últimos dez anos, informaram hoje fontes judiciais.
Videla foi notificado da decisão judicial nos tribunais federais de Buenos Aires e dali foi levado para o Campo de Mayo custodiado pelo Serviço Penitenciário Federal.
O magistrado Norberto Oyarbide anulou o benefício da prisão domiciliar, em sintonia com a exigência das Avós de Praça de Maio e outros organismos de direitos humanos que pedem há anos a mudança de Videla para uma prisão comum.
As fontes disseram que o juiz considerou que a prisão instalada na guarnição militar "conta com o equipamento, a infra-estrutura e o pessoal necessário" para atender qualquer emergência médica que Videla pudesse sofrer.
O ex-ditador, de 83 anos, foi processado pelo seqüestro de menores durante a última ditadura militar argentina (1976-1983), e está à espera do julgamento oral e público.
Em julho, O Tribunal Criminal Federal confirmou a ampliação do processo do ex-ditador, beneficiado com a prisão domiciliar que na Argentina pode ser outorgada aos maiores de 70 anos.
Videla, que tinha sido processado como "autor mediato" de cinco seqüestros, detenções e ocultação de filhos cujos pais estiveram em centros clandestinos de detenção, somou outros 21 casos dentro do denominado "plano sistemático" para o seqüestro de bebês.
Além do seqüestro de bebês, Videla é processado por outras causas, entre elas o desaparecimento de dois empresários e o Plano Condor, como foi denominada a coordenação repressiva dos regimes militares do Cone Sul nas décadas de 1970 e 1980.
Segundo números oficiais, 18.000 pessoas desapareceram na Argentina durante o último regime, embora organismos de direitos humanos tenham afirmado que as vítimas foram 30.000. (Texto: Revista Fórum)
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