quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Moçambique/Samora imortalizado no seu 75º aniversário natalício

30 setembro 2008/Notícias

Os sonhos de Samora Machel já estão a tornar-se realidade, contrariando a expectativa daqueles que ao o eliminarem fisicamente e tentaram eliminar as causas que defendia. O facto foi defendido ontem pelo Presidente da República, Armando Guebuza, na homenagem ao primeiro Presidente de Moçambique independente, que, se vivo, completaria ontem 75 anos de vida. As comemorações tiveram lugar na aldeia natal de Machel, em Chilembene, recentemente declarado património cultural.

Segundo o Chefe do Estado, que falava perante centenas de pessoas idas de vários pontos das províncias de Gaza e Maputo para testemunhar a homenagem a Samora Machel, 22 anos após a sua fatídica morte no acidente aéreo de Mbuzine, na África do Sul, hoje em dia o nosso país tem escolas, universidades onde estudam milhares de alunos, tem unidades sanitárias e mais pessoal de Saúde e está a ser estendida a rede de estradas, de energia e de telecomunicações a muitos pontos.

Indicou ainda que o Zimbabwe, a Namíbia e a África do Sul estão hoje sob governos de maioria, livres do racismo e do "apartheid". Estes países dão hoje o seu valioso contributo ao processo de aprofundamento da cooperação regional na SADC. O Chefe do Estado indicou que a materialização dos sonhos de Samora resulta do facto de que ele sabia partilhar o seu sonho e galvanizar para o efeito a direcção da FRELIMO e o povo moçambicano.

Recordou que o estatuto de património cultural recentemente atribuído a Chilembene tem a ver com os feitos de Machel, herói que proclamou a independência nacional e que foi o primeiro Chefe de Estado do Moçambique.

"O Presidente Samora era um homem de grandes virtudes. Um filho orgulhoso dos seus pais, da sua família alargada e da sua terra natal, um pai atencioso e amigo dos continuadores, um estratega para os grandes desafios da nação, um estadista preocupado com as condições de vida do seu povo e um internacionalista que queria ver todos os povos a gozarem dos seus direitos e liberdades", disse, para depois acrescentar que "um homem desta estatura não termina em si mesmo: ele começa em si mesmo e mistura-se com os ideais do seu povo. Torna-se imortal e uma referência obrigatória no nosso quotidiano".

Graça Machel, viúva de Samora, disse, por sua vez, que entendia a homenagem como sendo parte das actividades que têm vindo a ser levadas a cabo no país para revisitar a história, que incluiu as recentes celebrações dos 40 anos do II Congresso da FRELIMO, realizadas em Matchedje, Niassa.

Defendeu que os moçambicanos têm que ter orgulho da sua história para vencer os desafios do futuro.

Foi uma cerimónia carregada de emoção e simbolismo. A mesma começou logo pela manhã, com a chegada do Chefe do Estado ao aeródromo de Chilembene, donde rumou para a aldeia natal de Samora. Neste local, Guebuza, acompanhado da esposa e da família Machel, depôs uma coroa de flores no cemitério familiar e também no monumento erguido em memória daquele estadista. Todas as mensagens apresentadas na ocasião reafirmam a verticalidade, heroicidade e princípios nobres de Samora.

Ainda no quadro das celebrações dos 75 anos do nascimento de Samora Machel, estão a ser plantadas em todo o país 75 árvores em escolas seleccionadas.

Hoje o Chefe do Estado inicia a sua presidência aberta na província de Gaza, devendo escalar sucessivamente os distritos de Mabalane, Massingir, Guijá, Chókwè e Macia, onde vai visitar empreendimentos económicos e sociais e dialogar com as populações e operadores económicos locais. (Osvaldo Gemo)

Nenhum comentário: