Luanda, 4 outubro 2008 (Lusa) - As Forças Armadas de Angola (FAA) vão desempenhar, nos próximos anos, um papel na ajuda às populações e na resposta às exigências do programa de governo do MPLA, disse à Agência Lusa o ministro angolano da Defesa, Kundy Paihama.
Segundo Paihama, que manteve as funções no governo formado após as legislativas de 5 de setembro, explicou que as FAA vão estar na linha da frente da luta pela "resolução das questões sociais" enfrentadas pelo povo angolano.
O ministro angolano, considerado um "homem das massas" dentro do MPLA, partido majoritário no país, o MPLA, também é autor de declarações polêmicas em momentos de maior luta política, como quando acusou a Unita (maior partido de oposição), durante a pré-campanha eleitoral, de estocar armamento escondido.
Em entrevista à Lusa, Kundy Paihama disse que uma das prioridades do seu ministério é a modernização das FAA, que foram criadas há 17 anos, pouco antes da realização das primeiras eleições no país, integrando militares dos braços armados do MPLA e da Unita.
"Quero melhorar as condições de vida das próprias tropas, cuidar da formação, do seu reequipamento, para serem Forças Armadas modernas. Pensamos dever ter em conta a máxima que diz que é quando estamos em paz que nos devemos preparar para a guerra", declarou.
Apesar disso, Paihama disse que não está esperando uma guerra ou que alguém possa agredir Angola. "Mas é também um orgulho para nós que as nossas Forças Armadas já tenham participado em algumas forças de manutenção de paz, sobretudo na região dos Grandes Lagos", afirmou.
"E não fomos mais longe nestas ações de manutenção de paz porque estamos num processo de reorganização, por um lado, e, por outro, pelo fato de continuarmos a preparação para corresponder a esse chamamento se for necessário", disse.
Atuação
Além do seu papel tradicional, a reestruturação das FAA pretende "corresponder às exigências das populações mais desfavorecidas", como indicam as propostas de governo do MPLA.
Em relação às questões sociais, Kundy Paihama explicou que as forças militares angolanas têm uma cultura moldada "a partir da guerrilha", em "apoio das populações, resolvendo os problemas do povo".
"Sabemos como ir a áreas de difícil acesso, onde outras pessoas não conseguem ir, fornecendo assistência médica, educação, construção de estradas, pontes", afirmou.
Sobre a sua continuidade no cargo, Paihama justifica com a "confiança" demonstrada pelo presidente angolano, José Eduardo dos Santos, acrescentando que significa "redobrar responsabilidades".
Kundy Paihama foi um dos principais articuladores da campanha do MPLA para as eleições legislativas de setembro, em que o partido que governa Angola há 33 anos elegeu 191 dos 220 deputados do Parlamento.
Paihama disse estar "muito satisfeito e gratificado", com o resultado, mas admitiu que não contava com a larga vantagem que o seu partido conseguiu nas urnas, face à oposição, especialmente os escassos 16 deputados conseguidos pela Unita.
"Fomos sempre orientados para sermos humildes e não triunfalistas. Já tínhamos idéias de como iria decorrer o processo eleitoral, muito embora, e digo-o sinceramente, não contava com o resultado alcançado", disse Paihama.
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segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Militares angolanos terão compromisso social, diz ministro
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