segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Brasil/Índice pára duas vezes na manhã; queda é de 11,25%

São Paulo, 6 outubro 2008 - A manhã foi bastante tensa no mercado acionário brasileiro. Depois de dois circuit breakers serem acionados no mesmo dia, um às 10h18 (quando a bolsa brasileira atingiu os 10,09%) e outro às 11h44 (quando a BM&FBovespa bateu os 15,06% de desvalorização), o Ibovespa reduziu o ritmo de queda e há pouco, despencava 11,25%, aos 39.510 pontos, patamar mais baixo em dois anos. O giro financeiro somava R$ 1,3 bilhão.

Em uma tentativa de acalmar os investidores, a BM&FBovespa estabeleceu, exclusivamente para hoje, limite de baixa de 20% (circuit breaker para o Ibovespa). "Na hipótese de o Ibovespa atingir o respectivo limite de baixa, acionaremos o circuit breaker ficando as negociações suspensas até as 16h30, de forma que teremos 30 minutos de negociação sem regra de acionamento do circuit breaker até às 17 horas", aponta o comunicado.

A expectativa de que a demanda por commodities recue levou as ações de Petrobras e Vale a desabarem quase 20% nesta manhã. Instantes atrás, as ações preferenciais e ordinárias da estatal petróleo recuam 10,48% e 10,05%, respectivamente. Já os papéis preferenciais série A e ordinárias da Vale caíam 14,05% e 16,31%, respectivamente.

Outra notícia no mercado doméstico que merece destaque foi a alteração do cronograma de negociação entre VCP e Aracruz. O fechamento do negócio, programado para ocorrer hoje, foi postergado pela VCP no início da noite de sexta-feira. No mesmo dia, a Aracruz informou que deve registrar perdas de R$ 1,95 bilhão em operações financeiras.

Ainda sobre as perdas generalizadas nos mercados mundiais, o temor desencadeado pela grande operação de resgate do banco hipotecário alemão Hypo foi um dos responsáveis pelo movimento e acabou com a ilusão de que as grandes intervenções estatais podem conter rapidamente a crise financeira mundial. "Todo mundo esperava que, depois da aprovação do pacote nos Estados Unidos e os resgates na Europa, as coisas se acalmariam, mas, na realidade, ainda há fortes temores quanto a um efeito dominó", explicou o analista da ING, Adrian van Tiggelen.

O resgate do banco alemão Hypo Real Estate por ? 50 bilhões, a compra do banco belga-holandês Fortis pelo francês BNP Paribas e a aprovação do histórico resgate financeiro americano de US$ 700 bilhões não conseguiram aliviar o crescente sentimento de pânico. (JB Online/Vanessa Correia com agências internacionais - InvestNews)

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