15 outubro 2008/Notícias
Perto de cem mil postos de trabalho deverão ser criados no país até 2012 no âmbito da estratégia do Governo visando o estabelecimento de uma indústria têxtil especializada, recuperação do parque industrial existente e encorajamento da produção artesanal de produtos típicos moçambicanos. A estratégia, ontem aprovada pelo Conselho de Ministros, prevê, para o efeito, um conjunto de incentivos fiscais, que inclui taxa zero de impostos nos primeiros dez anos de operação.
Segundo o porta-voz do Conselho de Ministros, Luís Covane, será preciso, no mesmo contexto, revisitar os processos de importação de produtos manufacturados, para além doutros incentivos.
O objectivo da estratégia é a integração vertical dos sectores de algodão, têxtil e de confecções, tendo como pilares o aumento da produção de algodão, melhoria do ambiente de negócios e mercado e fornecimento de energia para atrair investidores.
Para já, de acordo com Covane, está-se a priorizar investimentos para Zonas Económicas Especiais, como a de Beluluane, na província de Maputo (onde serão abertos 40 mil empregos), Nacala, em Nampula (para onde estão previstos 30 mil postos de trabalho), para além de Dondo, em Sofala (30 mil), locais considerados como os que reúnem condições infra-estruturais de base, como a proximidade dos corredores de rápido transporte, do porto, bem como de linhas de energia e água, como forma de minimização de custos envolvidos.
Covane reconheceu que a proliferação de roupa usada constitui um dos principais entraves ao desenvolvimento do sector, estando por isso previsto um conjunto de medidas tendentes a conciliar a situação, atendendo ao interesse da economia nacional, particularmente no que diz respeito à abertura de postos de trabalho e crescimento económico.
"A produção de algodão e têxteis compete com a roupa usada. É uma situação que teremos que aprender a viver com ela, porque grande parte do nosso povo tem rendimentos abaixo de um dólar. Resolve o problema, mas, ao mesmo tempo, constitui um entrave ao desenvolvimento do sector. A roupa usada é uma oportunidade, mas também é uma ameaça. Teremos que encontrar formas de fazer funcionar a indústria têxtil, de modo a competir no mercado internacional", disse.
A meta desta estratégia, segundo Covane, é Dezembro de 2012 e surge da necessidade de aproveitamento das facilidades abertas no mercado norte-americano, para onde se pode exportar produtos confeccionados com matéria-prima nacional sem pagar taxas.
"Teremos que mobilizar o sector privado de modo a aproveitar as facilidades que se nos oferecem. O que se pretende é que o país deixe de ser fonte de matéria-prima e passe a manufacturar. O tempo que passou é significativo. Teremos que desenvolver o sector sem ferir a vida da população", ajuntou.
Questionado sobre se será desta vez que será reanimada a Texlom, Covane disse que já houve vários candidatos, mas o interesse não ganhou o dinamismo necessário.
"Acreditamos que as facilidades no âmbito desta estratégia são incentivos suficientes para que os investidores optem em investir", disse.
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