Luanda, 8 outubro 2008 (Angop) - O embaixador da Argentina em Angola, Ricardo Víctor Roggero, considerou hoje, em Luanda, "excelentes" as relações de cooperação bilateral nos vários domínios.
O diplomata argentino fez esta consideração durante uma entrevista conjunta à Agência Angola Press (Angop) e à Rádio Nacional de Angola (RNA), à margem da "Conferência sobre "Comércio Bilateral Angola-Argentina" que visou a identificação de potencialidades entre os dois países e as áreas de cooperação.
"As relações bilaterais entre Angola e Argentina são muito boas", enfatizou o diplomata sul-americano, antes de sublinhar que "este ano, 2008, estima-se que as exportações argentinas para Angola ultrapassem os 200 milhões de dólares americanos".
O embaixador Ricardo Roggero defendeu a necessidade de se procurar também que haja um fluxo, um comércio de exportações de Angola para Argentina, que neste momento é "insignificativo", para se equilibrar o intercâmbio.
"Sobretudo preciso sublinhar que como referência ao que expressou o Presidente José Eduardo dos Santos, em Maio último pode-se aumentar a superficie cultivada em milhões de hectares no quadriénio 2009-2013".
Neste aspecto, notou, a Argentina pode cooperar e tem uma experiência muito valiosa, já que esse país da América do Sul triplicou, nos últimos anos, a produção de cereais de 30 milhões para cerca de 100 milhões de toneladas anuais.
Segundo a fonte, esse desenvolvimento foi possível com um sistema de biotecnologia e maquinária moderna (...), pelo que crê haver, neste aspecto, muita possibilidade de cooperação.
Ressaltou que a Argentina não só pode cooperar no ramo agrícola ou na indústria de transformação, mas também tem muitos outros domínios onde pode colaborar em matéria específica ou de energia atómica para uso civil.
"Tem um desenvolvimento muito adiantado e Angola deve estabelecer prioridades para cooperação", notou o diplomata, lembrando existir, há vários anos, um acordo de cooperação entre os referidos países, no âmbito do qual se pode estabelecer também convénios entre instituições.
Por exemplo, disse, pode-se estabelecer protocolos entre o Ministério da Agricultura de Angola e instituições semi-públicas.
"As vias são muitas. As possibilidades existem. Somente há de se continuar na busca de possibilidades e crê-se que a próxima Sessão de Comissão Mista Bilateral, em Luanda, vai ser muito importante neste aspecto para se estabelecer prioridades".
Manifestou o desejo que a cooperação em domínios como o comércio, indústria e hotelaria fosse mais intensa, ou seja, também na vertente humana.
"Nós podemos receber na Argentina jovens angolanos que pretendam estudar medicina, por exemplo, já que Angola precisa de mais médicos", assim como em matéria cultural. As possibilidades são muito grandes, quer a nível público, entre Governos, quer a nível privado entre empresas, instituições e universidades.
Quanto à conferência sobre "Comércio Bilateral Angola-Argentina", considerou-a muito importante, porque, permitiu acordar a dinamização da Câmara de Comércio entre os aludidos países da África e da América do Sul, quase inoperante devido à morte do seu secretário-geral, Valetim Amões.
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