Maputo, 14 outubro 2008 (Lusa) - A empresa petrolífera malaia Petronas assinou nesta terça-feira o contrato para iniciar a pesquisa de petróleo na bacia do Rovuma, rio que separa Moçambique da Tanzânia, no norte do país, tornando-se a quinta companhia a operar na região.
A Petronas, em consórcio com a moçambicana Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), vai desenvolver atividades de pesquisa de petróleo nas áreas 3 e 6 do bloco do Rovuma (off-shore) ao longo dos próximos oito anos, em um investimento de cerca de 37 milhões de euros (R$ 105,4 milhões).
A Petronas já está envolvida em pesquisas no delta do rio Zambeze, região central de Moçambique, desde 2002, como lembrou o vice-presidente da empresa, Datuk Abdullah Karim, na assinatura do acordo com as autoridades moçambicanas.
A descoberta de reservas de gás natural no lado tanzaniano do rio Rovuma suscita no consórcio e no governo moçambicano a expectativa de que haja petróleo na margem moçambicana do rio, onde se concentram as maiores operações de prospecção no país.
A existência de reservas de petróleo em quantidade suficiente para justificar o investimento de pesquisa e extração tem sido a grande incógnita no que se refere ao petróleo em Moçambique.
O governo moçambicano tem manifestado a sua confiança na existência de reservas de petróleo no país passíveis de serem exploradas comercialmente, em especial na bacia do Rovuma e no delta do Zambeze.
Estudo
Há cerca de um ano, um estudo encomendado pela companhia petrolífera canadense Artumas e feito pela norte-americana Rose & Associates concluiu existir na bacia do Rovuma petróleo em "quantidade comercial e não comercial", mas sem especificar a proporção de cada uma delas.
O estudo apontava a possibilidade de existir 67 milhões de barris na bacia. Além disso, havia a probabilidade de 90% de poderem ser extraídos 2,37 milhões de barris e 10% de existir quantidade de petróleo para 186 milhões de barris.
O patamar mínimo estabelecido no relatório para a rentabilidade da exploração comercial é colocado nos 125 milhões de barris.
Por isso, o estudo da Rose & Associates indicava uma probabilidade de 18% de sucesso comercial da iniciativa.
Pesquisas anteriores, feitas em 1986 pela petrolífera Esso e, em 1998, pela empresa Lohnropet, indicaram não existir petróleo na região, mas sim depósitos de gás natural.
Além da Petronas e da Anadarko, estão presentes na bacia do Rovuma a italiana ENI e as norueguesas Norsk Hydro e DNO.
Na foz do rio Zambeze está também a Petrobras, em parceria com a Petronas.
A portuguesa Galp Energia, por meio da ENI (acionista de referência da empresa, com 33,34% do capital), poderá também entrar na exploração de blocos ganhos pela empresa italiana em Moçambique.
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terça-feira, 14 de outubro de 2008
Petronas inicia pesquisa de petróleo em bacia de Moçambique
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