26 setembro 2008/Notícias
A CMC, uma empresa moçambicana, venceu um concurso internacional para a construção de uma central hidroeléctrica na África do Sul, com uma capacidade instalada para a produção de 1.500 megawatts de energia.
Os acordos, que marcam o início das obras, foram rubricados a 1 de Setembro em Joanesburgo, entre a CMC e a ESKOM, empresa que lançou o concurso.
A hidroeléctrica será construída na província de KwaZulu-Natal.
Cláudio Conficoni, gestor da CMC África Austral, cuja sede está localizada no parque industrial da Matola, província do Maputo, em Moçambique, disse à AIM que as obras terão uma duração de cinco anos, orçadas em seis biliões de randes.
"A ESKOM lançou um concurso internacional há um ano e nós participamos como CMC e com um consórcio sul-africano, PG Mavundla. As obras iniciaram no dia 1 de Setembro e terão a duração de cinco anos", explicou.
A CMC já está a trabalhar noutros projectos na África do Sul, mais precisamente na reabilitação de 15 quilómetros de auto-estrada que vai dar a Durban, bem como na reabilitação de duas pontes, uma em Richards Bay e outra em Nelspruit.
Conficoni acredita que o trabalho que a CMC está a desenvolver nos referidos projectos tenha ditado a sua selecção para construir a hidroeléctrica de KwaZulu-Natal.
Para Conficoni, a participação da CMC na construção da hidroeléctrica representa um passo significante no concernente à instalação da firma na África do Sul, uma pretensão há muito almejada.
Para além da África do Sul, a CMC pretende expandir a sua presença para outros países da região, sendo Angola o próximo desafio.
"Em 2009 esperamos chegar a Angola, com obras de vulto. Neste momento estamos no Malawi, Suazilândia, África do Sul e Matola (Moçambique), que é a nossa casa", revelou.
A fonte acredita que Moçambique poderá ganhar muito com a selecção da CMC para construir a hidroeléctrica de KwaZulu-Natal.
O primeiro ganho, que pode ser o maior, é a visibilidade do país, uma vez que mostrará que Moçambique possui empresas capazes de concorrer com outras firmas internacionalmente reconhecidas.
Por outro lado, a economia moçambicana poderá sair beneficiada pelo facto de a empresa estar a expandir os seus negócios, concretamente na componente de pagamento de impostos.
"O Estado moçambicano ganhará uma maior visibilidade por ter sido uma empresa moçambicana que venceu o concurso. Moçambique evidenciar-se-á como um país com empresas especializadas e cujo tecido empresarial é capaz de criar empresas capazes de competir com as sul-africanas e de outros países do mundo", defendeu.
A CMC espera, no decurso das obras, levar quadros moçambicanos para mostrarem os seus conhecimentos e experiências aos sul-africanos.
A CMC conta com 1.500 trabalhadores em Moçambique e na África do Sul, contará com igual número, mão-de-obra que será recrutada localmente, e 150 estrangeiros, alguns dos quais moçambicanos.
A CMC foi considerada a maior empresa no sector de construção e materiais de construção no Ranking das 100 Maiores Empresas de Moçambique de 2007, realizada pela KPMG Auditores e Consultores SARL.
A CMC ocupa esta posição desde 2001, tendo ficado em segundo lugar apenas em 2003.
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