Londres, Reino Unido, 13 outubro 2008 – As petrolíferas chinesas China Petrochemical Corp (Sinopec) e China National Offshore Oil Corp. (CNOOC) estão prestes a reforçar a sua presença na produção petrolífera angolana, naquele que será um dos negócios do ano no mercado do petróleo.
Depois de mais de um ano de negociações difíceis, as duas petrolíferas chegaram a acordo com a Marathon Oil Corp. para comprar uma participação de 20 por cento no Bloco 32 da costa angolana, por cerca de1,8 mil milhões de dólares, segundo o Wall Street Journal.
Fontes ligadas ao negócio adiantaram ao jornal que a transacção deverá ser concluída e anunciada publicamente nas próximas semanas.
Na corrida à participação da Marathon estavam também a brasileira Petrobras e a indiana ONGC Videsh, braço de investimentos no exterior da estatal indiana Oil & Natural Gas Corp.
No Brasil, o negócio foi dado na semana passada pela imprensa como definitivamente perdido pela Petrobras.
A Dow Jones referia que, depois de acertados os termos da aquisição, será ainda necessária autorização da parte dos governos dos dois países.
A Sinopec é considerada o segundo maior produtor petrolífero da China, e a CNOOC o terceiro.
Inicialmente, a Marathon exigiu mais de dois mil milhões de dólares pela participação, mas acabou por baixar as exigências para termos mais “realistas”, segundo dizia à Bloomberg fonte ligada às negociações.
A Marathon pretende amealhar entre dois mil milhões de dólares e quatro mil milhões de dólares até ao próximo ano, com a venda de activos petrolíferos.
Com a venda dos 20 por cento, a Marathon preserva uma participação de 10 por cento no Bloco 32, igual à que tem no Bloco 31, cujo desenvolvimento foi aprovado em Julho pelo governo angolano.
O Bloco 32 é participado ainda pela Total (operador, com 30 por cento), Sonangol (20 por cento), Exxon Mobil (15 por cento) e Petrogal, de Portugal, que detém cinco por cento.
Em 2007 a China passou a representar 28 por cento das vendas angolanas ao estrangeiro, mais 10 pontos percentuais do que no ano anterior; estas exportações de petróleo valeram 10.605 milhões de dólares, apenas superadas pelas que tiveram os Estados Unidos como destino, que atingiram 12.855 milhões de dólares.
As reservas provadas angolanas no off-shore estão avaliadas em 11,4 mil milhões de barris, segundo a consultoria internacional Wood Mackenzie.
As petrolíferas chinesas têm também demonstrado grande actividade na preparação para a próxima ronda de licitação de blocos petrolíferos, que o governo angolano marcou para depois das eleições.
A concurso estarão blocos terrestres em Cabinda (Bloco Centro) e Kwanza (KON11 e KON12) e ainda um de águas rasas (Bloco 9).
A concessionária estatal Sonangol receberá propostas também para três blocos de águas profundas (19, 20 e 21) e outros tantos de águas ultra-profundas (46, 47 e 48).
A Sinopec está na lista dos 39 operadores autorizados, juntamente com BP, Chevron, Eni, Gazprom, Petrobras, Total, ONGC Videsh e Galp Energia.
Em 2006, a Sinopec comprou três participações em campos petrolíferos angolanos, com um total de reservas provadas de 3.200 mil milhões de barris.
Pelas participações de 27,5 por cento, 40 por cento e 20 por cento em três blocos de exploração petrolífera off-shore, que explora em conjunto com a Sonangol, a petrolífera chinesa terá pago perto de 2,4 mil milhões de dólares americanos.
A petrolífera chinesa detém 75 por cento da joint-venture Sonangol Sinopec Internacional.
A Sinopec investiu também mais 1,5 mil milhões de dólares para desenvolver a sua metade na exploração petrolífera do Bloco 18 ao largo da costa angolana, que explora em parceria com a petrolífera europeia BP.
Os cinco campos que compõem o projecto petrolífero Grande Plutónio, no Bloco 18, a 160 quilómetros da costa, deverão produzir perto de 200 mil barris por dia este ano.
Num investimento global de cinco mil milhões de dólares, o Grande Plutónio tem reservas estimadas em 644 milhões de barris e é operado pela multinacional British Petroleum (BP) em parceria com a Sonangol e a chinesa Sinopec.
Os campos são apoiados por um navio de produção, armazenamento e carregamento (FPSO) com 310 metros de comprimento e 58 metros de largura e uma capacidade de armazenamento de 1,77 milhões de barris de petróleo. (macauhub)
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terça-feira, 14 de outubro de 2008
Angola/Petrolíferas chinesas próximas de reforçar presença na produção petrolífera angolana
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