20 abril 2015, Página Global http://paginaglobal.blogspot.com.br (Portugal)
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Timor-Leste, Hernâni
Coelho, citou hoje em Jacarta o trabalho realizado na Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) para inspirar os líderes asiáticos e africanos a
cooperarem para a prosperidade.
No discurso que proferiu diante de representantes de dezenas de
países africanos e asiáticos e que foi disponibilizado à imprensa ao final do
dia, o governante defendeu uma "via prática" para rejuvenescer a Nova
Parceria Estratégia Ásia-África e fortalecer a Cooperação Sul-Sul, com vista a
"promover a paz mundial e a prosperidade".
Vários governantes encontram-se reunidos em Jacarta para preparar a
cimeira de comemoração do 60.º aniversário da Conferência Ásia-África e do 10.º
aniversário da Nova Parceria Estratégia Ásia-África, onde são esperados 34
líderes das duas regiões, bem como representantes de 77 países.
"Neste espírito, Timor-Leste
tem durante os últimos anos
dedicado esforços consideráveis, proporcionais à sua capacidade, para colocar
em prática esta nobre filosofia, trabalhando em estreita colaboração com um
grupo de Estados frágeis, conhecido como o g7 +, à parte de outras estruturas,
tais como [a comunidade] dos países de língua portuguesa", exemplificou.
Para o chefe da diplomacia timorense, os princípios norteadores da
Declaração de Bandung, em 1955, "ainda são relevantes nos dias de hoje, se
tivermos em conta as realidades da conjuntura política, social e
económica" na região.
Hernâni Coelho refletiu sobre o "papel cada vez mais
inegável" dos dois continentes no mundo económico e político e na
"ordem mundial do novo século", falando, por exemplo, nos recursos,
nas dinâmicas demográficas e no potencial económico.
"Mas claro que não podemos ignorar as condições extremas que
muitos dos nossos países membros enfrentam. Desastres naturais, epidemias,
guerras civis, extremismo e atos de terrorismo são uma combinação mortal que
pode facilmente fazer descarrilar as oportunidades que temos", alertou.
No discurso, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste
deu o exemplo da Palestina, defendendo "o direito dos palestinianos à sua
independência e a necessidade de encontrar um acordo de paz único para resolver
o conflito" na região do Médio Oriente.
Líderes dos países africanos e asiáticos procuram nesta cimeira
revitalizar os princípios defendidos em 1955, numa altura em que lutavam contra
a opressão colonial e o domínio das principais potências mundiais e defendiam a
independência, a paz e a prosperidade económica dos estados dos dois
continentes.
O Presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, também participará na
cimeira que decorre esta semana na Indonésia.
Lusa, em Notícias ao Minuto
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