22
agosto 2013, Associação Cultural José Marti de Santa Catarina http://convencao2009.blogspot.com.br
(Brasil)
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Brasil/Mais de 70% dos médicos cubanos vão para o Norte e Nordeste
22 agosto 2013, Agência Brasil http://agenciabrasil.ebc.com.br
(Brasil)
Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A maioria dos médicos
cubanos (74%), que chegarão ao Brasil na próxima segunda-feira (26), vai
trabalhar nas regiões Norte e Nordeste, informou hoje (22) o secretário de
Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. "A vantagem
dos acordos bilaterais é que eles estão vindo para aqueles locais onde o Brasil
indica que é preciso um médico. São regiões que não foram escolhidas pelos
médicos brasileiros nem estrangeiros",
explicou. O secretário participou,
durante a manhã, de um encontro preparatório sobre o Programa Mais Médicos com
representantes de prefeituras paulistas.
O anúncio da contratação de
profissionais de Cuba foi feita ontem (21) pelo ministro da Saúde, Alexandre
Padilha. Espera-se que, até o final do ano, 4 mil médicos cheguem ao país.
Nesta primeira etapa do acordo, que inicia na segunda-feira, 400 profissionais
desembarcam no Brasil e mais 2 mil são aguardados no dia 4 de outubro. Eles vão
passar pelo mesmo processo de avaliação dos médicos com diploma estrangeiro e
não precisarão revalidar o diploma.
Os cubanos vão suprir a demanda de
701 municípios que não foram escolhidos por nenhum médico na primeira chamada
do programa. "São médicos que se dispõem, que têm muita experiência em
missões internacionais e já atuaram em outros países. Dentro de um acordo
bilateral, eles vão trabalhar em locais onde há infraestrutura e um acolhimento
da prefeitura", destacou Barbosa.
O secretário rebateu a crítica de entidades médicas brasileiras de que esses
profissionais estariam vindo ao país em regime de semiescravidão. "Todos
esses médicos estão vindo voluntariamente. Terão previdência paga pelo
ministério. Alimentação e moradia paga pelo município. Dificilmente isso se
assemelha a qualquer coisa parecida com escravidão", respondeu.
Especificamente sobre os médicos de
Cuba, Barbosa reforçou que o Brasil repassará ao governo cubano a mesma quantia
destinada aos demais profissionais, R$ 10 mil. O repasse será feito por
intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
"Nós repassamos o recurso para a Opas, que, por sua vez, passa ao
Ministério da Saúde de Cuba, que paga os cubanos. Eles vão receber o salário
que o governo paga em missões no exterior", apontou, sem informar o valor.
Segundo o secretário, cerca de 30
mil médicos cubanos trabalham em outros países, como Haiti e Venezuela.
"Não podemos pagá-los diretamente. O governo cubano só aceita enviar
através de um acordo bilateral", disse. Ele relembrou que essa prática, de
importação de médicos, já foi adotada no Brasil, na década de 1990, quando a
maioria dos médicos da atenção básica em Roraima, no Tocantins e em alguns
estados do Nordeste era de Cuba. "Nunca soubemos de nenhum erro desses
médicos e nenhum problema de imperícia. Nem mesmo que tenha havido denúncia de
trabalho escravo", declarou.
Barbosa informou que esses
profissionais, assim como os demais contratados, terão alimentação e moradia
custeados pelo governo municipal. "Pela formação mais completa que eles
têm, específica em atenção básica de saúde, nada indica que eles não vão
prestar um excelente trabalho agora", defendeu. Ele aposta que a
contribuição do país parceiro terá impacto, sobretudo, na redução da
mortalidade infantil, dos casos de tuberculose, de hanseníase. "Eles vão
fazer com que essas pessoas tenham mais acesso à saúde", declarou.
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