28 de Agosto de 2013, Vermelho
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Na manhã desta
quarta-feira (28) tomou posse do cargo de ministro das Relações Exteriores Luiz
Alberto Figueiredo, em substituição do ex-chanceler Antônio Patriota, que pediu
demissão nesta segunda (26). As expectativas com relação a Figueiredo são positivas,
em direção à reafirmação e fortalecimento da política externa autonomista.
Por Moara Crivelente, redação do Vermelho
Por Moara Crivelente, redação do Vermelho
A
cerimônia de posse de Figueiredo como ministro de Estado das Relações
Exteriores aconteceu nesta manhã, no Palácio do Planalto, em Brasília, e a
cerimônia de transmissão do cargo realiza-se nesta tarde.
Figueiredo era o embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), na sede da organização, em Nova York, cargo que passa a ser assumido por Patriota, em proposta feita pela presidenta Dilma Rousseff.
Figueiredo era o embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), na sede da organização, em Nova York, cargo que passa a ser assumido por Patriota, em proposta feita pela presidenta Dilma Rousseff.
O
motivo da troca foi a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina desde a
embaixada brasileira, onde estava asilado,
até o território nacional, com apoio
de dois fuzileiros navais e do encarregado de negócios do Brasil para a
Bolívia, Eduardo Saboia, neste fim de semana.Luiz Alberto Figueiredo ingressou no Ministério de Relações Exteriores (Itamaraty) em 1980 e, no mesmo ano, iniciou sua atuação nas Nações Unidas, como diplomata-assistente. Durante a carreira diplomática, representou o Brasil em várias reuniões internacionais sobre mudança climática, inclusive quando foi negociador-chefe da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Analistas políticos têm considerado a troca positiva, já que Patriota era criticado por ter postura percebida como demasiado branda, enquanto Figueiredo representaria uma maior firmeza de posicionamento do Brasil no cenário internacional.
A tradição brasileira de autonomia na política externa está em consolidação, sobretudo a partir dos governos progressistas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff. A posição incisiva de Lula na condenação à guerra do Iraque, realizada por iniciativa dos Estados Unidos, em 2003, é considerada inaugural de um novo período de afirmação do Brasil.
Neste sentido, comparações entre o desempenho do ex-chanceler Celso Amorim (que defende uma política externa "ativa e altiva"), no governo Lula, e a atuação de Patriota demonstravam grande discrepância em tom, embora algumas declarações feitas pelo último, em condenação ao caso de espionagem dos EUA, tenham sido elogiadas.
A expectativa é a de que Figueiredo traga de volta ao MRE uma postura mais contundente e assertiva na representação brasileira, sobretudo em relação aos abusos das potências, mas também na integração latino-americana e na cooperação sul-sul (com a África e a Ásia, por exemplo), patentes na política externa brasileira.
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