28 agosto
2013, Macauhub http://www.macauhub.com.mo
(China)
A China e o Brasil estão a reforçar
a sua importância no desenvolvimento da agricultura de países africanos como
Moçambique, com uma sucessão de projectos ao nível do Estado, empresas e
sociedade civil.
No recente artigo “Novos Encontros
de Desenvolvimento: China e Brasil na Agricultura Africana”, do Institute of
Development Studies britânico, Ian Scoones, Lídia Cabral e Henry Tugendhat
referem que o apoio das duas potências emergentes envolve várias modalidades
financeiras, como ajudas, empréstimos bonificados, acordos de comércio e
investimento comercial.
Tendo registado um “crescimento
económico impressionante”,
apoiado em particular pela mineração e fundição de
alumínio, mas também com crescimento nalgumas mercadorias agrícolas, Moçambique
depara-se hoje, na visão do governo, com “uma subutilização maciça de terras no
país e verdadeiro potencial para uma expansão comercial”, referem.
Atrair investimento estrangeiro em
todos os sectores “tem sido uma prioridade” e os doadores ocidentais têm
desempenhado um papel, oferecendo apoio orçamental “no âmbito de um
enquadramento político de redução da pobreza, ao mesmo tempo que procuram a
liberalização do mercado”.
“Mas, à medida que a liderança
governamental se torna mais presente e a intervenção estatal na agricultura
volta a ser vista favoravelmente, as relações com doadores ocidentais tornam-se
menos amigáveis”, referem os investigadores britânicos.
Neste cenário, “as potências
emergentes tornam-se parceiros cada vez mais apelativos para um modelo de
desenvolvimento orientado para o crescimento e liderado pelo Estado”, adiantam.
Um dos actuais acordos de
cooperação chinês de mais elevado perfil na agricultura envolve a criação de 20
centros de demonstração de tecnologia agrícola.
Moçambique, tal como a Etiópia e o
Zimbabué, têm destes centros, geridos para o Estado chinês por empresas quase
privadas, envolvendo actividades de formação, a par de importação de tecnologia
e investigação.
Quanto ao Brasil, as ligações entre
a cooperação técnica e interesses comerciais são cada vez mais visíveis
“particularmente no corredor de Nacala, norte de Moçambique.
Aqui, “o programa de cooperação
técnica ProSavana está a abrir caminho para investimentos privados nos negócios
agrícolas por parte de empresas brasileiras e japonesas”, refere o estudo do
IDS.
Para os investigadores, este tipo
de acordos de cooperação podem “tornar-se cada vez mais significativos em
África”, a par de ligações ao nível da sociedade civil.
Uma das principais conclusões do
estudo é que “não há uma forma singular de envolvimento chinês e brasileiro em
África e cada intervenção é diferente em aspectos importantes”. (macauhub)
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