quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

ELEIÇÕES NA BOLÍVIA E NO CHILE

1 dezembro 2009
Agência Frei tito para a América Latina (Adital) http://www.adital.org.br
Tradução: ADITAL

SERPAL *

1) BOLIVIA: O povo ratificará as mudanças
Pouco mais de cinco milhões de bolivianos estarão em condições de votar no próximo domingo, 6 de dezembro, nas primeiras eleições presidenciais que se realizarão na Bolívia com o novo padrão biométrico. Este sistema, tão moderno quanto custoso e complexo, foi exigido pela oposição para garantir a transparência e evitar toda suspeita de fraude. O governo aprovou e o Conselho Nacional Eleitoral cumpriu em termo, apesar de que ainda falta regularizar a situação de uns 400 mil possíveis eleitores.

No exterior, somente 170 mil cidadãos bolivianos migrantes conseguiram completaram seu registro. Destes, 80 mil estão na Argentina; 50 mil, na Espanha; 18 mil, no Brasil; e 11 mil nos Estados Unidos.

Evo Morales tentará um novo mandato até 2015, para continuar desenvolvendo o processo de mudanças, reforçado após a majoritária aprovação da nova Constituição em referendo. O governo conseguiu novos apoios através das medidas sociais que têm melhorado o nível de vida de setores tradicionalmente marginalizados; porém, também da classe média. Os ingressos do IDH (Imposto Direto aos Hidrocarbonetos), fruto do processo de nacionalização, tem permitido a Evo Morales uma distribuição mais equitativa da riqueza e estabelecer ajudas básicas, tais como o bônus ‘Juancito Pinto’, para todas as crianças em idade escolar, ou a ‘Renta Dignidad Juana Azurduy’, para as pessoas da terceira idade.

As últimas pesquisas antecipam que Evo Morales pode superar os 50% dos votos, com os quais ganharia no primeiro turno. Seus principais rivais são Manfed Reyes Villa, um militar formado na Escola das Américas e que foi eliminado no último referendo de seu cargo de Prefeito de Cochabamba; e o empresário da indústria do cimento, Samuel Doria Medina.

A expectativa também reside na votação nos distintos departamentos onde são eleitos os governos municipais. A oposição pretende manter seus atuais bastiões em Santa Cruz de la Sierra, uma das regiões mais ricas do país; e também em Pando, Beni e Tarija. Desta vez, o MAS (Movimento ao Socialismo), liderado por Evo Morales, conseguiu apresentar candidaturas que têm amplo apoio popular em Santa Cruz de la Sierra, e que podem garantir bom número de votos. Nos Departamentos de La Paz, Cochabamba, Oruro, Potosí e Chuquisaca será votada a autonomia departamental e em 12 municípios o voto popular decidirá se querem converter-se em autonomia indígena.

Outra votação importante será a eleição de membros da Assembleia Plurinacional. Se o MAS conseguir maioria ampla terá possibilidades de colocar em marcha mais de uma centena de leis que colocarão em prática a nova Constituição Política do Estado, aprovada por 60% dos votantes, no início de 2009.

A presumível vitória do MAS abrirá uma etapa decisiva para o processo de transformação. O movimento popular boliviano deverá defrontar-se com novas tramas dos redutos de oposição que nunca aceitaram a perda de privilégios e de poder. Também deverá articular a experiência de incorporar representantes que provêm de setores da classe média e profissionais, junto aos fogueados "pioneiros" provenientes do movimento indígena, camponês e sindical. Porém, antes de tudo, deve tentar ganhar as eleições no domingo, 6 de dezembro.


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2) CHILE: Se definirá em segundo turno
Por último, no domingo, 13 de dezembro, o povo chileno terá que definir nas urnas os que governarão o país no período de 2010-1014. Após quatro mandatos consecutivos (20 anos de governo), a partir da transição política após a ditadura de Pinochet, a Concertação de Partidos pela Democracia, que agrupa socialistas, democrata-cristãos e outras agrupações menores, tentará reter o governo através da candidatura do ex-presidente Eduardo Freu Ruiz-Tagle (governou entre 1994 e 2000).

A postulação do democrata cristão alentou vários desprendimentos que derivaram em outras duas candidaturas de esquerda: a de Marco Enríquez-Ominami (Nova Maioria para Chile), que se apresenta como independente, com o apoio de Humanitas e do Partido Ecologista; e o veterano Jorge Arrate, que provém das filas do ‘allendismo’ e conta com o respaldo do Partido Comunista e da Esquerda Cristã. Essa divisão abre a possibilidade de que o empresário Sebastián Piñera, a frente de uma coalizão que tem o apoio das principais forças da direita chilena: Renovação Nacional e da UDI (União Democrata Independente), seja o mais votado no primeiro turno; porém não superaria os 50%. Teria, então, que disputar um segundo turno com a seguinte ordem de votos, que, salvo surpresas, seria Eduardo Frei, da Concertação.

Se isso acontece, em princípio as pesquisas de intenção de voto dão uma leve vantagem a Piñera no segundo turno, marcado para o dia 17 de janeiro. Porém, ao mesmo tempo registram um alto percentual de indecisos. Entre 18 e 25 pessoas em cada 100, ainda não sabem se votarão no segundo turno e, caso votem, não sabem por quem seria. Todavia, no Chile, nada está definido.

* Serviço de Prensa Alternativa

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