O crescimento da economia moçambicana é positivo, situando-se dentro da média da África Subsahariana, apesar do impacto da crise financeira e recessão económica mundial. O Banco de Moçambique, que ontem, em Maputo, apresentou os indicadores macro-económicos até ao terceiro trimestre deste ano, ressalvou que a evolução económica deste ano tem o mérito de situar-se ligeiramente abaixo do crescimento atingido na conjuntura de normalidade.
10 dezembro de 2009/Notícias
Waldemar de Sousa, Administrador do Banco de Moçambique, considerou de “extraordinários” os actuais níveis de crescimento, e indicou que os mesmos são resultado de uma série de medidas tomadas pelo Governo com vista a conter os efeitos da crise.
Segundo os mesmos dados, o comportamento da taxa de câmbio do metical, a moeda nacional, em relação às principais divisas transaccionadas no mercado moçambicano, nomeadamente o dólar norte-americano e o rand, da África do Sul, tem estado a permitir a recuperação da competitividade e melhoria das contas externas do país.
Quanto à previsão do comportamento da economia para o próximo ano, Waldemar de Sousa disse que “continuamos a viver uma conjuntura difícil, mas o pacote financeiro de apoio ao orçamento e à balança de pagamentos foi fechado ao longo deste ano”.
Aliás, ainda no tocante à ajuda externa, Waldemar de Sousa anunciou que tendo em vista dar um sinal positivo à economia, alguns parceiros de cooperação irão antecipar os desembolsos que seriam para 2010. Um deles é o Banco Mundial, que irá alocar um crédito de 110 milhões de dólares norte-americanos em finais deste mês.
Por seu turno, e no âmbito do apoio à economia, Moçambique irá receber, ainda este mês, do Fundo Monetário Internacional (FMI), a segunda e a terceira tranches no âmbito dos fundos de facilidade contra os choques exógenos, cujo montante fixar-se-á acima dos 132 milhões de dólares.
“Temos disponíveis nas nossas reservas e para quaisquer eventualidades o equivalente a 170 milhões de dólares em direitos especiais de saque, o que melhora a capacidade de pagamento do país nas suas transacções com o exterior”, referiu.
No que diz respeito às prioridades para o próximo ano, o Banco de Moçambique continua a eleger o alargamento dos serviços financeiros e redução dos custos de intermediação financeira. Sobre este último, a aposta é a criação de uma sociedade interbancária de serviços para modernizar a circulação financeira no país.
Reconhecendo que se está ainda numa conjuntura internacional difícil, Waldemar de Sousa disse que todos os instrumentos e meios de coordenação à disposição do Banco de Moçambique continuarão a ser usados para monitorar os efeitos da crise financeira.
Entretanto, as exportações, excluindo os grandes projectos, decresceram 33 porcento em comparação com dados referentes até ao terceiro trimestre do ano passado. Incluindo os grandes projectos a queda situa-se nos 38 porcento, aproximadamente.
Até ao fim do primeiro trimestre foram arrecadadas receitas na ordem de 33,83 milhões de meticais, representando um crescimento nominal de 21,7 porcento em relação a igual período de 2008.
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