Luanda, 22 dezembro 2009 (Angola Press) - A presidência de Angola na Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo (OPEP) foi produtiva, porquanto permitiu estabelecer o equilíbrio entre o preço do crude e a oferta no mercado internacional, disse hoje, em Luanda, o ministro angolano dos petróleos, Botelho de Vasconcelos.
Ao intervir na 155ª Conferência Extraordinária da Comissão Ministerial da OPEP, o também presidente cessante do organismo, disse não ter sido fácil comprometer-se com tal desiderato devido ao facto de se tratar de um país saído de uma guerra civil de aproximadamente 30 anos, estando a viver um período de paz de sete anos.
Na sua óptica, pelo facto de ser um país jovem, enquanto membro da OPEP, estar em fase de reconstrução nacional e dada a crise económica mundial (afecta negativamente o desenvolvimento socio-económico de vários países do mundo) são premissas para concluir não ter sido fácil a presidência de uma organização cujos países membros contribuem com cerca de 40 porcento na produção mundial do petróleo.
O ministro disse estar-se a terminar um ano particularmente difícil para todos os países produtores de petróleo, do ponto de vista económico e social, sobretudo devido à crise financeira económica mundial que teve influência significativa na queda do preço do petróleo, com particular incidência para o primeiro trimestre do ano em curso.
Referindo-se à queda do preço do petróleo, disse dever-se à baixa procura do petróleo, fruto da desaceleração económica motivada pela crise.
Acrescentou que, justamente no contexto da crise, quis o destino que Angola, durante o ano 2009, presidisse a OPEP, partindo do princípio acordado pela organização, segundo o qual o presidente da mesma deve ser eleito com base na rotatividade e ordem alfabética.
“A organização foi criada em 1960, portanto 49 anos, e Angola tornou-se membro de pleno direito da organização em Janeiro de 2007, para dois anos depois da sua adesão foi chamada a assumir a sua presidência”, asseverou.
O governante angolano disse que o país aderiu à organização porque honra os princípios e principais ideais da OPEP e, pese embora tenha sido num momento particularmente difícil, não hesitou em assumir o desafio, consciente das dificuldades a enfrentar durante o ano 2009.
Findo o mandato de Angola na presidência da OPEP, acrescentou, pode dizer, sem medo de errar que valeu a pena o sacrifício empreendido com mostras de fidelidade para com os princípios da organização, no tocante aos esforços e medidas tomadas pela estabilidade dos preços do petróleo e o equilíbrio procura/oferta a nível mundial.
Outro aspecto de realce, referiu, foi que durante o ano 2009, complementando as medidas que vêm sendo tomadas pelos países mais ricos do mundo, com vista a retoma da economia mundial, a OPEP, com a sua política de cortes de produção, deu o seu contributo para a recuperação dos preços do petróleo, actualmente a oscilar entre os 70 e 75 dólares, considerados economicamente sustentáveis, tanto para os produtores, tanto para os consumidores.
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OPEP considera excelente presidência angolana
Luanda, 22 dezembro 2009 (Angola Press) – O secretário geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Abdullah Al Badri, considerou excelente
a presidência angolana no cartel, tendo realçado que caso os estatutos permitissem, desejaria mais um mandato para o país.
Ao falar em conferência de imprensa, em Luanda, após o encerramento da 155ª a reunião anual da organização petrolífera, Al Badri disse ter trabalhado sempre em harmonia com o presidente cessante da OPEP, o angolano Botelho de Vasconcelos, facto que permitiu conduzir com sucesso os interesses dos 12 membros do cartel.
“Daria a classificação “A” se tivesse que pontuar o período de presidência de Angola”, afirmou a jornalistas, no Centro de Convenções de Talatona (Luanda), Abdullah Al Badri.
Angola recebeu o testemunho da presidência rotativa anual da OPEP a 17 de Dezembro de 2008, na cidade de Oran (Argélia), tendo nesta mesma data o Equador assumido a vice-presidência.
A OPEP é responsável por 79 por cento das reservas mundiais de crude e tem uma forte influência na definição dos preços nos mercados internacionais através do alinhamento das quotas de produção em função do mercado.
O que, por exemplo, em relação a Angola levou a que a sua produção tenha sido oficialmente, no último ano, de 1,650 milhões barris/dia face a um potencial de quase dois milhões.
Os actuais países membros da OPEP são Angola, Argélia, Líbia, Nigéria, Venezuela, Equador, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irão, Iraque, Kuwait e Qatar.
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