Luanda, 21 dezembro 2009 (Angola Press) - O programa de valorização, preservação e divulgação dos feitos das figuras históricas nacionais, promovido pelo Governo angolano, através do Ministério da Cultura, mereceu, ao longo do ano, uma atenção especial das autoridades, numa acção direccionada ao resgate dos valores da identidade nacional.
Para a sua concretização, o Ministério da Cultura (Mincult) vem desenvolvendo uma campanha que visa estudar e difundir o papel desempenhado por determinadas figuras históricas que emergiram durante o processo de formação da Nação, tendo como intenção assegurar a preservação do património histórico-cultural do país, através da recuperação da memória e do legado histórico dessas entidades.
Com este programa, o Mincult pretende desenvolver na sua instituição trabalhos de pesquisa e recolha do maior número de dados possíveis sobre a vida e obra das figuras que contribuíram para a preservação dos valores culturais, cívicos, entre outros, reconstituindo imagens destas pessoas e proceder a divulgação dos seus feitos, através de fontes orais, escritas, arqueológicas e fotográficas.
O trabalho desenvolvido permitiu já a elaboração de uma lista indicativa das figuras históricas angolanas, onde constam políticos, intelectuais e entidades religiosas pertencentes a diversas áreas sócio-culturais de Angola.
Dando maior ênfase a construção de infra-estruturas culturais em homenagem a estas figuras, tais como monumentos e sítios históricos, o programa, cuja execução é acompanhada por uma comissão criada pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, engloba igualmente uma vertente virada ao processo de ensino e educação, tendo em conta a transmissão de conhecimentos aos jovens estudantes e responsáveis pelo futuro do país.
Em fase de execução estão, a título de exemplo, a construção da estátua do soberano Ekuikui II do Bailundo (Huambo), do Centro Cultural Mbalundu, associado à mesma personagem, bem como estudos para a elaboração de um conjunto escultórico no Largo do Ambiente, em Luanda.
Resgatar a história e colocar à disposição da nova geração informações suficientes sobre o processo da luta de libertação nacional e resistência contra o colonialismo, é a principal tarefa do Governo angolano, que se vira desta forma para a vertente cultural a fim de fazer chegar a mensagem aos jovens, principais alvos do programa, levando-os a conhecer a fundo a história de Angola.
Com a sociedade angolana marcada por um cenário de total desconhecimento quanto a história de Angola, o Governo empreende, através da cultura, uma luta pela afirmação e divulgação da identidade nacional, não descurando, por isto, nenhum pormenor, a fim de inverter a tendência e mostrar ao mundo a riqueza da cultura nacional.
Na luta contra a globalização e as novas tecnologias, que proporcionam a juventude tudo o que é informação e cultura de outros países, levando-os à aculturação e a adaptar até aspectos que nada têm a ver com a forma de ser e de estar dos angolanos, os responsáveis da cultura procuram mostrar a existência de uma identidade nacional.
Esta identidade como uma marca somente angolana e valores morais e éticos a serem defendidos, preservados e divulgados, como forma de resguardar os interesses nacionais.
Com limite para apresentar resultados que levem a uma abordagem profunda sobre a crise de valores no país, os membros da comissão desdobram-se em tarefas e ampliam os ângulos de actuação para não deixar nada ao acaso, recuperando, até ao mínimo detalhe, tudo que se refere a história de Angola e dos angolanos.
Apostado em pôr fim à falta de conhecimentos sobre a história de Angola e a adopção de cultura e hábitos alheios aos costumes e tradição angolana, o Ministério da Cultura lançou mãos a obra e num "abrir e fechar" de olhos elaborou um ambicioso programa com o qual pretende defender a honra e o bom nome do país e suas tradições.
Criada em Novembro de 2008, a comissão coordenada pela ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, é integrada por historiadores, antropólogos e arquitectos que têm trabalhado com as autoridades tradicionais e direcções provinciais da Cultura para a recolha de dados.
Além de especialistas culturais e arquitectos, fazem também parte da mesma representantes dos Ministérios das Finanças, Obras Públicas, Administração do Território, Educação, Defesa, Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra, Comunicação Social, Ambiente e Urbanismo e da Habitação.
A comissão tem a incumbência de promover um amplo estudo das figuras históricas nacionais e divulgar as suas realizações. É também da sua competência as tarefas de concepção e edificação de estátuas e monumentos históricos.
A sua criação teve em conta pressupostos segundo os quais o conhecimento, valorização e dignificação das personagens mais relevantes da história angolana contribuem para fortalecer a unidade nacional. (Por Venceslau Mateus)
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