[ADITAL] Agência de Informação Frei Tito para a América Latina
16 setembro 2008/Adital www.adital.com.br
A Coordenação Departamental de Sem-Terras do Alto Paraná, que integra organizações camponesas que lutam por seu direito à terra, denunciou, em comunicado, os sucessivos ataques de grupos armados a serviço dos latifundiárias na localidade de Minga Porá
Segundo o documento, no dia 7 de setembro, a ocupação dessa localidade, onde vivem mais de 300 famílias, foi atacado por grupos de pistoleiros que tentaram desalojá-los pela força. "Situação similar ocorre em outras ocupações, onde guardas privados amedrontam permanentemente com armas de fogo", acrescentam.
De acordo com a Coordenação, a promotoria interveio no caso, mas não para pôr freio aos civis armados dos fazendeiros, e sim para reprimir os lutadores sociais. Segundo a entidade, na semana passada a promotoria culpou por "incitar à violência" o companheiro Cepriano Vega, no marco de um plano que pretende assustar os ocupantes.
"Rechaçamos os métodos repressivos que os latifundiários utilizam e a cumplicidade da promotoria diante dos mesmos. Demonstra-se assim, mais uma vez, que a promotoria, a polícia e as Forças Armadas são instituições a serviço dos capitalistas rurais e que somente estão para perseguir o campesinato pobre que luta por seus direitos. Exigimos que o governo de Fernando Lugo se pronuncie diante deste caso de agressão brutal contra o campesinato", afirmam.
Atualmente, a Coordenação impulsiona 11 ocupações com cerca de quatro mil famílias no departamento de Alto Paraná. "Nesse sentido, exigimos novamente que o governo de Lugo conceda 70 mil hectares para os sem-terras do Alto Paraná. Exigimos o confisco sem indenização dos latifúndios que estamos ocupando em favor das famílias que se encontram em luta", asseguram.
"Chamamos todas as organizações camponesas do país para manter sua independência política, confiar unicamente em suas próprias forças e não postergar suas reclamações legítimas por nenhuma razão. A luta do campesinato pobre está renascendo e é o momento de ocupar e aprofundar cada vez mais com organização, autonomia e mobilização permanente", finalizam.
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