sábado, 6 de setembro de 2008

Moçambique/Autorizada exploração de gás no Bloco do Búzi

4 setembro 2008/Notícias

O governo acaba de autorizar a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, E.P. (ENH, E.P), a proceder à exploração das reservas de gás do Bloco do Búzi, estimadas entre 10 e 17 biliões de pés cúbicos. Após uma negociação directa com a ENH, E.P, o Executivo autorizou aquela empresa a identificar potenciais parceiros para a realização dos investimentos necessários para o efeito.

O porta-voz do Governo, Luís Covane, disse que a autorização foi oficializada com a aprovação, pelo Conselho de Ministros, na sua 20ª Sessão Ordinária, realizada terça-feira em Maputo, dos termos do contrato de concessão de pesquisa e produção de petróleo para o Bloco do Búzi à ENH, E.P.

"Está confirmada a existência de gás nessa zona. O período de concessão para a fase de pesquisa é de oito anos e será feita uma concessão de exploração e produção à ENH, E.P, para um período de 25 anos. Acreditamos que isso venha a facilitar o contacto da ENH, E.P. (que actualmente detém a totalidade dos direitos) com outros parceiros para a realização de investimentos", disse o porta-voz do Governo.

A se concretizar a exploração e produção do gás do Bloco do Búzi, será o segundo projecto do género, dado que a Sasol, petroquímica sul-africana, está já a explorar os campos de gás de Pande e Temane, com reservas estimadas em 3.7 triliões de pés cúbicos.

Apesar de possuir enormes jazigos comprovados de gás, Moçambique depara-se com uma falta de capacidade técnico-financeira interna e mercado doméstico, situação que concorreu para que o país celebrasse, em 2003, um acordo de cooperação com a África do Sul (com necessidades crescentes de energia), permitindo um investimento de 1.2 bilião de dólares para a construção de um gasoduto para ligar os dois países.

Recentemente, a Sasol anunciou estar a investir mais de 130 milhões de dólares no desenvolvimento de estudos sísmicos para actualizar o potencial disponível de gás natural e melhorar a sua captação nas reservas de Pande e Temane, na província de Inhambane, podendo passar dos actuais 120 milhões de gigajoules para cerca de 183 milhões por ano.

O porta voz do Governo disse que, na mesma sessão, o Conselho de Ministros aprovou os termos de contrato de concessão de pesquisa e produção de petróleo para as áreas 3 e 6 do Bloco do Rovuma às empresas Petronas Carigali Mozambique (com 90 por cento) e Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, E.P. (ENH. E.P.)

"O período concedido às duas empresas para as operações de pesquisa, estudo e perfurações para determinação dos volumes existentes será de oito anos. Os primeiros três anos serão dedicados aos estudos; nos três anos seguintes abrir-se-á o primeiro furo para a verificação dos resultados dos estudos; e nos dois anos remanescentes será aberto um outro furo para confirmar a existência de petróleo. Se for confirmada uma descoberta que justifique uma exploração comercial, aí será feito um contrato para o desenvolvimento e produção de petróleo por um período de 30 anos", disse Luís Covane.

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