16 setembro 2008/Notícias
Uma estratégia de industrialização rural deverá ser aprovada até finais do próximo mês, tendo em vista o aproveitamento do vasto potencial existente e agregar valor aos produtos.
O facto foi dado a conhecer ontem em Maputo pelo Ministro da Indústria e Comércio, António Fernando, falando na abertura da conferência nacional sobre os desafios do desenvolvimento rural no contexto da crise alimentar, organizada pela Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC).
Segundo Fernando, a estratégia em referência surge no contexto da transformação da crise alimentar mundial em oportunidade de desenvolvimento. Acrescentou que o desenvolvimento que está a acontecer nas zonas rurais é surpreendente. Os sete milhões de meticais que são alocados anualmente aos distritos estão a fazer a diferença na produção e disponibilização de empregos, o que é preciso consolidar.
Segundo a fonte, graças ao empenho na produção quantidades significativas de produtos deterioram-se anualmente, em particular a fruta, por falta de capacidade de processamento. "Este cenário pode ser visto em vários pontos do país, onde a produção está a carecer de processamento", disse a nossa fonte.
De acordo com o titular da pasta da Indústria e Comércio, há várias iniciativas na área de processamento que carecem de ser consolidadas para que possam crescer.
A estratégia de industrialização rural está no contexto geral do desenvolvimento das zonas rurais, através da valorização dos produtos locais. Na visão do Governo, com recurso a técnicas ao alcance das comunidades é possível fazer a diferença no processamento da produção, que deverá ter como prioridade o mercado local e, posteriormente, a exportação.
Segundo soubemos de Odete Tsamba, directora da Unidade Técnica para a Promoção da Industrialização Rural, já está a ser feita a promoção nas zonas rurais através dos conselhos consultivos, para além da formação de pessoal dentro e fora do país. De igual modo, estão a ser promovidos, em feiras, produtos processados localmente, equipamentos e outras potencialidades dos distritos.
"A estratégia está praticamente concluída. Até princípios de Outubro estará em enriquecimento ao nível dos governos provinciais e até finais do mesmo mês será submetida ao Conselho de Ministros", disse.
A estratégia assenta em quatro pilares, nomeadamente a promoção e indicação das potencialidades existentes, que transformação deve ser feita, a formação sobre como fazer bem e com bons resultados e a ligação com os mercados.
Falando na ocasião, a presidente da FDC, Graça Machel, disse que a conferência visa trazer a debate como passar de um país de contrastes para de produtores, intermediários e consumidores que têm uma relação de complementaridade, produzindo uma cadeia de valores entre a investigação e o mercado. Disse que é desafio da FDC facilitar a interacção entre os diversos actores na cadeia de valores para que o país possa expandir as oportunidades em benefício dos cidadãos.
"É preciso um compromisso conjunto para construirmos o nosso próprio processo e valorizar a nossa própria experiência, ao invés de replicar o que é feito noutros cantos do globo. Que isto seja um movimento nacional e um ponto de partida para o registo e valorização das nossas experiências", disse.
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