sábado, 27 de setembro de 2008

Moçambique/Estradas rurais : SADC procura alternativas

Especialistas de estradas da região austral de África partilharam experiências em Maputo, num encontro de três dias que serviu para debaterem o uso de tecnologias de baixo custo para o revestimento de estradas rurais e com fraca densidade de tráfego, para as quais tem sido difícil mobilizar financiamento, pese embora se reconheça o seu papel para o desenvolvimento dos distritos.

27 setembro 2008/Notícias

O Vice-Ministro das Obras Públicas e Habitação, Gabriel Muthisse, disse a propósito que esta é mais uma oportunidade para o país, atendendo a que um dos desafios do Governo é assegurar a transitabilidade das estradas rurais todo o ano, facto que até aqui não é conseguido devido a vários constrangimentos.

Com efeito, na época das chuvas a acessibilidade a alguns pontos do país torna-se difícil devido ao estado do piso, facto que requer sucessivos investimentos na sua manutenção, o que regra geral tem que acontecer depois da época chuvosa.

Segundo Muthisse, as dificuldades que Moçambique enfrenta na provisão de acesso rural são em grande medida semelhantes às de muitos outros países da região, daí a procura conjunta de soluções tecnológicas mais adequadas que rentabilizem os poucos recursos que são alocados ao sector. A ideia é que a troca de experiências resulte na provisão de estradas duradoiras e sustentáveis, de modo a contribuir para o desenvolvimento socioeconómico dos países.

O vice-ministro defendeu que a provisão de estradas com revestimento de baixo custo é, em termos de engenharia, um assunto que requer contínua reflexão, porque envolve práticas não convencionais e o uso de materiais disponíveis localmente, que muitas vezes não vão de acordo com as especificações. A vantagem é a redução dos custos de transporte, o aumento dos benefícios sociais e a diminuição dos impactos ambientais e dos problemas de segurança rodoviária.

Na óptica do vice-ministro das Obras Públicas e Habitação, é imperioso que as soluções técnicas a serem desenvolvidas sejam doradouras e menos dispendiosas.

“Sabemos que grandes esforços estão sendo feitos pelos nossos países na investigação de soluções técnicas adequadas, mas estamos conscientes de que muito há ainda por fazer”, sublinhou.

Neste contexto, existem no país algumas experiências piloto de manutenção de estradas de baixo custo, nomeadamente nas províncias de Cabo Delgado (260 quilómetros de vias rurais), Inhambane (276km), Niassa e Sofala, que permitiram a redução do tempo de viagem e o melhoramento do padrão de segurança rodoviária.

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