17 setembro 2008/Folha Online
A Interpol prendeu na manhã desta quarta-feira no Rio de Janeiro o ex-major do Exército da Argentina Norberto Raul Tozzo, 63, acusado de comandar um grupo de militares que seqüestrou e matou 22 pessoas contrárias à ditadura. O episódio ficou conhecido como Massacre de Margarita Belém, em alusão à cidade argentina onde ocorreram as mortes.
A reportagem procurou a Embaixada da Argentina em Brasília mas o responsável para comentar a prisão do ex-militar não estava no local.
Tozzo estava hospedado com nome falso em um hotel da zona sul do Rio. Ao ser preso por policiais federais integrantes da Interpol, o ex-militar demonstrou serenidade e não reagiu, segundo a PF.
O argentino será levado para o presídio Ary Franco, em Água Santa (zona norte), onde ficará à disposição do STF (Supremo Tribunal Federal) aguardando os trâmites para extradição.
Massacre
Segundo a PF, dos 22 mortos no massacre, apenas os corpos de sete pessoas foram entregues às famílias. Os demais nunca foram encontrados.
Na ocasião, o Exército argentino justificou o massacre como sendo um enfrentamento entre grupos subversivos rivais.
Em outubro de 2004 o governo argentino pediu a prisão de dez militares acusados de participar do massacre. Todos foram presos, menos Tozzo, que fugiu para o Brasil e passou a viver clandestinamente até ser descoberto pela Interpol.
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